O presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA), Guido Sandleris, afirma em comunicado que as medidas anunciadas nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, ''constituem uma resposta rápida diante da incerteza política que tem impedido a renovação normal da dívida pública de curto prazo". Segundo ele, as decisões "priorizam o uso das reservas internacionais para preservar a estabilidade monetária e financeira, mesmo que isso implique adiar o pagamento aos grandes investidores da dívida pública''.
Sandleris diz que as medidas anunciadas pelo governo devem reduzir a pressão sobre o mercado cambial, ''reduzindo a eventual demanda por moeda estrangeira e garantindo a disponibilidade de recursos para reduzir a volatilidade''.
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Segundo ele, as medidas evitam três erros cometidos em outros casos de ''súbita interrupção do acesso ao mercado de crédito''. O primeiro erro é ''tentar ganhar tempo estimulando artificialmente o sistema bancário para tomar mais dívida pública''. ''A Argentina tem um sistema bancário líquido, solvente, sem falta de moedas e com baixa exposição ao setor público. O problema no financiamento público de curto prazo não deve contaminá-lo'', argumenta.
Outro erro
Outro erro, segundo o presidente do BC, é o ''uso imprudente das reservas internacionais do Banco Central para atender os pagamentos de dívida pública'', o que limitaria as ferramentas do BC para garantir a estabilidade monetária. Um terceiro erro comum seria imprimir pesos para fazer frente a necessidades de financiamento em moeda local. ''Aumentar a base monetária acima do demandado pelo público leva, em definitivo, a uma maior inflação e a pressão cambial'', afirma a nota.
As medidas anunciadas por Lacunza ''garantem que o Banco Central conte com recursos para moderar a volatilidade no mercado cambial e preservar a estabilidade'' do sistema financeiro. O BC ainda diz que continuará a utilizar uma ''política monetária restritiva e as intervenções cambiais como instrumentos centrais para moderar a volatilidade nominal''.