O corte de 20,2% nas tarifas de energia elétrica, prometido pelo governo para este ano, pode não ser viável por causa da falta de chuvas. A avaliação é do diretor executivo da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), César de Barros Pinto. "Estruturalmente, esse corte é possível, mas conjunturalmente pode não ser", disse a jornalistas nesta segunda-feira.
Segundo o executivo, o corte seria certo se o sistema estivesse em condições normais, mas há dúvidas sobre sua execução por causa do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Se as chuvas deste início de ano forem insuficientes, o uso mais intensivo de energia térmica vai puxar os preços para cima. "Mas até o momento, consideramos válidas as informações do ONS que não há risco de apagão", afirmou, referindo-se ao Operador Nacional do Sistema Elétrico, responsável pela coordenação e controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica. "Quem cuida da operação tem o controle do que está acontecendo."
A ameaça ao corte de 20% foi mencionada mais cedo pelo presidente da Associação Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, e em relatório do BTG.