O Ministério Público Federal em São Paulo diz haver conexão entre a Telexfree e a BBom, suspensas pela Justiça por suposta prática de pirâmide financeira, crime contra a economia popular. É a primeira vez que um membro da força-tarefa de Ministérios Públicos que investiga pirâmides financeiras no País divulga de forma clara ver ligação entre as duas empresas, que atraíram juntas mais de 1,2 milhão de pessoas em todo o País.
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“O esquema BBom seria o sucessor do Telexfree, conforme demonstram transações financeiras realizadas entre as duas empresas e entre pessoas em comum. A comercialização de rastreadores veiculares, apontada como a principal atividade da BBom, seria apenas um pretexto para disfarçar a pirâmide financeira”, informa nota do MPF de São Paulo. Não foram divulgados maiores detalhes.
Os Procuradores da República pediram à Justiça o bloqueio de R$ 479 milhões da BBom e já conseguiram o sequestro de 18 Mercedes Benz, quatro Lamborghinis, três Ferraris, um Maserati e um Rolls Royce Ghost.
Além de crime contra a economia popular, haveria ainda indícios de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, diz o MPF. A BBom nega as acusações e informa que a origem do dinheiro é totalmente lícita.
A Telexfree e a BBom se dizem empresas regulares de comércio que usariam um modelo de distribuição conhecido como marketing multinível, uma rede de pessoas que faria a compra e revenda de produtos. No caso da Telexfree, seriam pacotes de ligações pela internet (telefonia Voip) e na BBom, rastreadores de veículos.
Ambas cobravam taxas de adesão a partir de R$ 600 e prometiam um retorno mínimo de 300% em um ano, com um lucro muito maior para quem trouxesse gente para a rede.
Para a força-tarefa do MP, a taxa de retorno elevada era paga com o dinheiro dos novos participantes e não pela venda de produtos, caracterizando uma pirâmide financeira. Em quase um ano e meio de atividades, a Telexfree alcançou 1 milhão de cadastros e a BBom, 217 mil.