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Indústria quer quebrar barreiras e explorar melhor a biodiversidade

Por enquanto, prevalecem os investimentos em biocombustíveis, seguidos pelas aplicações em bioquímicos e bioplásticos

Da ABr
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Publicado em 23/10/2014 às 13:42
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Detentor da maior biodiversidade do mundo, o Brasil tem chance de se transformar em referência mundial no desenvolvimento de produtos originados das riquezas naturais, mas, para isso, terá de buscar mais qualificação da mão de obra e remover entraves como o excesso de burocracia e a falta de uma legislação adequada à bioeconomia. A conclusão está em uma sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários, pesquisadores, representantes do Legislativo e do governo federais.

O levantamento, apresentado nesta quinta-feira (23) no 3º Fórum de Bioeconomia-Políticas Públicas e Ambiente para a Inovação e Negócios no Brasil, mostra que a maioria dos entrevistados (92%) aposta no desenvolvimento do país nessa área. No entanto, 78% dos entrevistados dizem que “não há segurança jurídica” para isso.

A pesquisa ouviu 100 representantes da indústria, 40 ocupantes de cargos no governo federal e no Congresso Nacional e 20 representantes da área acadêmica. Destes, 77,5% consideram insuficiente o apoio à pesquisa e 65,6% dizem que é preciso adequar o marco regulatório. Para 55,6%, falta mão de obra qualificada no Brasil.

Entre os que responderam às perguntas, mais da metade (51%) tem expectativa de ampliação dos investimentos privados no setor nos próximos três anos. Em comunicado sobre a pesquisa, a CNI destaca que a Organização de Cooperação de Desenvolvimento Econômico prevê que, em 2030, o setor da biotecnologia industrial receba aplicação de recursos em torno de 300 bilhões de euros.

Por enquanto, prevalecem os investimentos em biocombustíveis, seguidos pelas aplicações em bioquímicos e bioplásticos.

O presidente da GranBio e representante da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) da CNI, Bernardo Gradin, destaca que a bioeconomia é “um caminho absolutamente estratégico" tanto para a energia quanto para o desenvolvimento da produtividade nos países que dispõem dela. "Não tem como o mundo achar que continua crescendo onde 1 bilhão (de pessoas) consomem o equivalente a 6 bilhões e que outros 6 bilhões não vão consumir um dia”, afirma Gradin.

Ele alerta que, se o atendimento de toda a demanda mundial depender da energia fóssil, haverá um esgotamento do planeta. “O planeta não aguenta”. Para ele, a bioeconomia surge “não somente como a oportunidade de pensar um planeta mais limpo, um ciclo de carbono mais limpo. É preciso buscar outras formas produtivas com soluções (tiradas) da biologia sintética, engenharia metabólica e dos micro-organismos.”

O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, acrescenta que por meio da bioeconomia é que se vai enfrentar desafios como a escassez da água potável, a necessidade de maior produção de alimentos, o envelhecimento da população, a mobilidade urbana e as mudanças climáticas.

A economia é a capacidade de geração de riqueza e a bioeconomia, a geração de riqueza baseada em todo um sistema de lógica e de se replicar a vida. "Saímos de uma economia baseada em lastro mineral, que é a economia do petróleo, com recursos finitos, para uma economia que dá um horizonte de vida no planeta”, explica a coordenadora do Programa de Propriedade Intelectual da CNI, Diana Jungmann.

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