O presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), Lélis Teixeira, disse que o avanço de projetos de mobilidade urbana no Brasil esbarra nos estímulos e na "priorização" dada pelo governo federal ao uso e à compra de automóveis, com medidas como redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e reajustes menores da gasolina.
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Um exemplo, diz, é o último aumento do diesel acima do percentual da gasolina -5%, contra 3%, definido em novembro.
Para o executivo, o governo disponibilizou R$ 50 bilhões para obras no PAC Mobilidade, mas esses recursos estão restritos a prefeituras como "capacidade financeira" para tomar empréstimos e que possuem projetos. "O governo tem de colocar recursos a fundo perdido para atender a todas as cidades", disse.
Falta ainda, diz, apoio para a elaboração de projetos de alta capacidade, como BRT's, VLT's e corredores exclusivos. Outro problema, aponta, é a falta de coordenação do governo federal, que está sob responsabilidade do Ministério das Cidades.
"Essa atribuição já foi do Ministério dos Transportes. O tema da mobilidade urbana tem de ser planejado junto com o planejamento das cidades."
TARIFAS - Teixeira defendeu um reajuste das tarifas de ônibus na cidade do Rio, dentro "do que prevê o contrato de concessão". Ele não citou, porém, um valor. A data prevista no contrato é janeiro de cada ano, mas em 2013 o aumento foi concedido em fevereiro.
Segundo ele, o setor teve custos maiores com a folha de pagamento e com o diesel, que representam 45% e 25%, respectivamente, dos encargos do setor. A prefeitura não sinalizou ainda com um percentual de reajuste na tarifa, hoje de R$ 3.
Procurada, a Secretaria de Transportes disse que não há ainda uma definição sobre o reajuste.