O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, se reunirá nesta (13) com sindicatos dos metalúrgicos e com representante da Volkswagen para discutir as demissões de funcionários da indústria automobilística na região do ABC paulista. Apesar de acompanhar a situação, o governo acredita em uma negociação direta entre trabalhadores e empresas, e não trabalha com o cenário de que o problema se amplie para outros setores.
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Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Rossetto, que assumiu o cargo na semana passada, prometeu continuar o trabalho de construir uma “agenda permanente de diálogo com a sociedade” sobre as propostas e reformas pretendidas pelo governo. Uma primeira reunião com as centrais sindicais também está marcada para as próximas semanas com o objetivo de esclarecê-las sobre as medidas do governo para alterar o acesso a benefícios previdenciários e a auxílios trabalhistas.
Após a demissão, terça-feira (6), de 800 metalúrgicos da Volkswagen, 7 mil metalúrgicos promoveram manifestações, ontem (12), que interditou trechos das rodovias Anchieta e Imigrantes, em São Paulo. De acordo com o ministro, o governo acompanha os instrumentos utilizados pelas montadoras devido ao cenário de retração da indústria nos últimos anos. “Não há crise setorial”, destacou Rossetto. Segundo ele, há “situações claramente limitadas” que poderão ser resolvidas entre as próprias partes.
O ministro ressaltou que também é papel da Secretaria-Geral esclarecer e escutar as lideranças do movimento sindical no momento em que foram enviadas duas medidas provisórias ao Congresso Nacional com uma série de mudanças. Entre elas, no seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, na pensão por morte e seguro defeso. Ele e os ministros Nelson Barbosa (Planejamento, Orçamento e Gestão), Manoel Dias (Trabalho e Emprego) e Carlos Gabas (Previdência Social) explicarão, na próxima semana, explicar o conjunto das medidas.
As centrais darão retorno a Rossetto sobre uma reunião que acontecerá nesta terça-feira para, então, marcar o encontro. As entidades têm criticado as mudanças dizendo que haverá redução dos benefícios aos trabalhadores. Para solicitar o seguro-desemprego pela primeira vez, por exemplo, o trabalhador precisa ter vínculo com a empresa por pelo menos 18 meses. Antes o prazo era seis meses. Já o governo alega que serão corrigidas distorções, que os ajustes são necessários e que as medidas não reduzem direitos.
Miguel Rossetto disse que o governo tem trabalhado nos últimos anos na diminuição de conflitos e ampliação dos direitos dos mais marginalizados, razão pela qual não vê antagonismos entre os papeis e currículos da nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. “Nem a ministra Kátia manifestou posição contrária à função social da propriedade nem o ministro Patrus manifestou posição contrária ao direito de propriedade”, exemplificou.
Segundo ele, a presidenta Dilma Rousseff já manifestou que a reforma agrária faz parte do seu programa de governo.