Financiamento

Crédito imobiliário fica estagnado em 2014

No ano passado, os empréstimos para a compra da casa própria com os recursos da poupança somaram R$ 112,9 bilhõ

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Publicado em 21/01/2015 às 21:10
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No ano passado, os empréstimos para a compra da casa própria com os recursos da poupança somaram R$ 112,9 bilhõ - FOTO: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
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O financiamento imobiliário, que teve expansão média de 45% ao ano desde 2003, ficou praticamente estagnado em 2014, seguindo o desaquecimento no setor habitacional e a confiança menor do consumidor na economia.

No ano passado, os empréstimos para a compra da casa própria com os recursos da poupança somaram R$ 112,9 bilhões -3,4% maior do que em 2013 e o menor ritmo desde 2002, segundo a Abecip (associação das empresas de crédito imobiliário).

Vale lembrar que a previsão inicial para 2014, quando se esperava um crescimento de 1,9% na economia (deve ter ficado em 0,2%), era de expansão de 15%.

A melhor comparação, no entanto, é a do número de casas financiadas, que não é "contaminada" pelo aumento nos preços dos imóveis. Em 2014, foram financiadas 538 mil unidades -1,6% mais do que os 529,8 mil de 2013 e a menor alta desde 2012, quando encolheu o número de imóveis financiados.

"O crédito imobiliário está mais maduro. Não vamos -e não é saudável nem desejável- crescer mais 30% ao ano. Nos melhores anos, talvez cresceremos 10%", disse Octavio de Lazari, presidente da associação.

NOVOS X USADOS

O pior desempenho foi dos financiamentos de imóveis usados, que encolheram 6% em relação a 2013 -caiu de R$ 49 bilhões para R$ 46,2 bilhões. O segmento é considerado mais sensível à confiança do consumidor porque envolve uma compra decidida em um momento específico.

No caso do imóvel novo, que costuma ser comprado na planta, o início do financiamento depende mais da data da entrega pela construtora. O financiamento de imóveis novos cresceu 27% em 2014 e atingiu R$ 35,3 bilhões.

As perspectivas para este ano não são animadoras. A previsão é que os desembolsos cresçam 5% e cheguem a R$ 119 bilhões. "Na pior das hipóteses vamos repetir o desempenho de 2014, o que não é uma má notícia", disse.

O percentual financiado dos imóveis aumentou de 64,9% para 65,4% de 2013 para 2014. Em 2010, por exemplo, era de 62%. Na maioria dos bancos, o limite permitido para financiamento é 80% do preço do imóvel.

A inadimplência do crédito imobiliário caiu em 2014, ficando em 1,3% dos financiamentos com alienação fiduciária (o bem fica em nome do banco) e de 1,4% contando as hipotecas. Em 2013, os atrasos eram de 1,4% para imóveis alienados e de 1,7% contando todo segmento.

 

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