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Christine Lagarde elogia decisão do governo de promover o ajuste fiscal

Segundo ela, o país obteve 'benefícios importantes ao sustentar altas taxas de crescimento e estabilizar a inflação'

Da ABr
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Publicado em 22/05/2015 às 13:38
Foto: PUNIT PARANJPE / AFP
Segundo ela, o país obteve 'benefícios importantes ao sustentar altas taxas de crescimento e estabilizar a inflação' - FOTO: Foto: PUNIT PARANJPE / AFP
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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta sexta-feira (22) que o Brasil age com correção ao adotar as medidas de responsabilidade fiscal, câmbio flexível e a meta de inflação. Para ela, estes são os principais pilares macroeconômicos adotados pelo país nos últimos 15 anos e que deram certo.

Segundo ela, o país obteve “benefícios importantes ao sustentar altas taxas de crescimento e estabilizar a inflação”. Christine Lagarde acrescentou que isso “aconteceu enquanto o país reduzia a di vida pública, acumulava reservas internacionais e tirava milho es de pessoas da pobreza”. A diretora-geral do FMI participou do segundo dia do 17º Seminário Anual de Metas para a Inflação, organizado pelo Banco Central, no Rio de Janeiro.

Lagarde destacou que os preços administrados estão sendo reajustados. Para ela, mesmo sendo uma medida importante tem como efeito colateral o aumento das pressões inflacionárias. "Para impedir que as alterações nesses preços relativos afetem as expectativas do mercado a médio prazo, a política monetária passou acertadamente a adotar uma postura mais restritiva desde o fim do ano passado", avaliou.

Christine destacou que há sinais de que essa política esteja surtindo efeito, apesar da inflação ainda permanecer elevada em 2015 em função dos reajustes dos preços relativos. "A expectativa é que [a inflação] volte a ficar abaixo do teto da meta em 2016, continuando então a convergir para o centro da meta".

A diretora do FMI reconheceu que a conjuntura do Brasil e da América Latina é difícil, principalmente por causa da perspectiva de alta das taxas juros nos Estados Unidos, mas acredita que o Federal Reserve (FED), o Banco Central americano, pode ter uma sinalização clara das suas medidas o que aliviaria o impacto em outras economias.

"A perspectiva de normalização da política monetária norte-americana não é o elemento central de nossas previsões, mas poderia criar volatilidade no mercado, com implicações mais amplas para a economia mundial. A comunicação eficaz e constante por parte do Fed ajudará a sinalizar decisões futuras de políticas e atenuar possíveis movimentos abruptos nos preços dos ativos", disse Christine Lagarde.

Ela acrescentou que a estimativa do FMI para o Brasil é de uma retração de 1% em 2015 e uma recuperação modesta no ano que vem. A diretora apontou três áreas que precisam ser resolvidas pelo Brasil: o desenvolvimento da infraestrutura,  a ampliação da participação do setor privado e a redução de custos para os negócios no país.

"O sistema tributário brasileiro é caracterizado por um conjunto complexo de impostos indiretos, inclusive nas esferas estadual e municipal. Isso gera altos custos de cumprimento para os contribuintes", disse a representante do FMI.

A executiva do FMI voltou a elogiar programas sociais brasileiros como o Bolsa Família e o Brasil sem Miséria. Ela destacou ainda as campanhas de vacinação e o fortalecimento das mulheres na sociedade brasileira. "Impressionou-me muito algo que eu não conhecia tão bem até ontem, o esforço para dar autonomia às mulheres, inclusive por meio do treinamento para que se tornem empreendedoras independentes e de sucesso em suas comunidades".

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