O ministro da Fazenda, Henrique Meireles, avalia que a aprovação final no Congresso da proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece um teto para o gasto público terá impacto positivo para o rating soberano brasileiro, mas o reflexo não deve ser imediato, afirmou a jornalistas em Nova York após reunião com investidores na sede do Bank of America.
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"Não há dúvida que haverá impacto. Não é um impacto imediato. As agências de rating têm um processo normal de aguardar os desdobramentos", afirmou Meirelles. Para ele, a aprovação da PEC é um passo fundamental para a melhora da avaliação de risco brasileira. "O item mais importante do rebaixamento do Brasil foi exatamente a questão fiscal, a trajetória das despesas públicas."
Meirelles disse que as indicações de seus contatos nas agências de classificação de risco em Nova York têm sido "extremamente positivas". "No devido tempo, com os efeitos da PEC começando a se concretizar, certamente devemos ver melhora de rating." O ministro disse que na atual viagem aos Estados Unidos, que começou na semana passada em Washington e prossegue esta semana em Nova York, tem tido conversas com representantes das agências de classificação de risco em eventos, embora não tenha feito uma visita específica a nenhuma delas.
O ministro também se mostrou animado sobre a aprovação em primeiro turno da PEC dos gastos na noite de segunda-feira. "O resultado é muito importante, na medida em que mostra a disposição do Congresso de enfrentar os problemas básicos que fazem com que a economia esteja em recessão", afirmou o ministro nesta terça-feira.
Segundo turno
A aprovação com votos bem acima do necessário, em maioria confortável, ressaltou Meirelles aos jornalistas, sinaliza as boas chances de aprovação da medida em segundo turno, dia 24, e depois no Senado. "É uma excelente notícia para o país e para a comunidade internacional."
A expectativa de aprovação da PEC já vinha provocando aumento da confiança de investidores e consumidores, mas é importante que o texto passe no Congresso para garantir que a economia volte a se recuperar. O ministro disse que os protestos contra a PEC, que apelidaram a medida de "PEC da maldade" fazem parte da democracia e são saudáveis. "É a PEC do equilíbrio fiscal, do crescimento e do emprego", rebateu Meirelles.