Em mais um dia de turbulência no mercado financeiro, o dólar subiu e voltou a fechar no maior valor em quase seis meses. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (2) vendido a R$ 3,472, com alta de R$ 0,004 (0,12%). Foi a mais alta cotação desde 14 de junho (R$ 3,48).
A divisa operou em queda durante a maior parte do dia, mas subiu perto do fim da sessão. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana fechou a semana com alta de 1,7%, mas acumula queda de 12% em 2016.
Depois de sete sessões sem intervir no mercado de câmbio, o Banco Central (BC) rolou (renovou) contratos de swap cambial tradicional que venceriam em janeiro. Essa operação equivale à venda de dólares no mercado futuro e tem como objetivo conter a alta da moeda norte-americana.
No mercado de ações, o dia foi de recuperação. Depois de ter registrado ontem (1º) a maior queda diária em 10 meses, o Ibovespa, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou com alta de 1,36%, aos 60.316 pontos. As ações da Petrobras, as mais negociadas, subiram 2,42% (papéis ordinários, com direito a voto em assembleia de acionistas) e 2,53% (papéis preferenciais, com prioridade na distribuição de dividendos).
O dólar subiu no dia em que executivos da Odebrecht assinaram o acordo de delação premiada. No cenário externo, o câmbio foi influenciado por dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que apontaram taxa de desemprego de 4,6% em novembro, o menor nível em nove anos.
A recuperação dos Estados Unidos serve de estímulo para o Federal Reserve (Banco Central norte-americano) aumentar os juros da maior economia do planeta na próxima reunião do órgão, nos dias 13 e 14. Taxas mais altas nas economias avançadas atraem mais recursos para países desenvolvidos e estimulam a fuga de capitais em países emergentes, como o Brasil.