Os frigoríficos Master Carne e Souza Ramos, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba (RMC), fecharam as portas e demitiram 280 funcionários - 150 e 130 respectivamente. Eles alegam que com a deflagração da Operação Carne Fraca, na qual ambos os frigoríficos estão envolvidos, as vendas despencaram e centenas de pedidos foram adiados. Na tarde de terça-feira, a unidade da BRF, de Toledo, anunciou férias coletivas para seus 1,7 mil funcionários.
O Frigorífico Souza Ramos já esteve envolvido em irregularidades anteriormente por ter supostamente comercializado 14 toneladas de salsichas fora dos padrões e também substituído perus por frangos no fornecimento de merenda escolar no Paraná, em uma operação de 2014. Logo após vencer o contrato, a BRF - que havia perdido - denunciou a empresa por ela não ter o porte necessário para o fornecimento da quantidade exigida.
A JBS decidiu suspender temporariamente a compra de bovinos para abate nas 11 plantas frigoríficas da empresa em Mato Grosso. A suspensão foi confirmada pela Associação de Criadores de Gado de Mato Grosso (Acrimat) e começou na terça-feira, em Araputanga e Pontes e Lacerda. A empresa justifica que a medida foi necessária para "evitar estoques".
A empresa tem 15 unidades no Estado, sendo 11 destinadas ao abate bovino. As indústrias de abate processam 21 mil animais por dia. Em nota, a JBS comunicou que "no momento está operando seu abate conforme o previsto nesta semana, no entanto, está avaliando o mercado e vai adotar as medidas necessárias para adequação do volume de produção à demanda de mercado".
Em entrevista à imprensa local, o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, disse que foi informado "por meio de telefonema que o abate está suspenso durante esta semana porque os compradores do mercado externo estão pedindo prazo para analisar as possibilidades de embargo".
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso, Luiz Freitas, os efeitos da Operação Carne Fraca são negativos para toda a cadeia produtiva. Segundo ele, o mercado está retraído.
Na terça-feira, o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, já informara que os frigoríficos nacionais haviam reduzido a compra de boi. "Os negócios estão parados", disse, acrescentando que "os frigoríficos não estão comprando e os pecuaristas que estão com estrutura de confinamento para fechar os bois estão apavorados", disse. O representante dos fazendeiros fez contato com frigoríficos e pecuaristas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e percorreu fazendas, confirmando a redução nos abates. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.