Devido aos problemas de mercado surgidos desde que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foi deflagrada, a BRF começou a quebrar ovos que poderiam gerar frangos para abate. O intuito desta prática é de reduzir a produção futura da marca, segundo uma fonte com conhecimento sobre o tema.
A produção ocorre em granjas da empresa, onde ovos fertéis são chocados e, com um dia de vida, os pintos são encaminhados para outras granjas, parceiras da BRF. Nelas, os pintos crescem até cerca de 40 dias de vida, quando acontece o momento do abate.
A iniciativa vai diminuir o volume de carne da empresa nos supermercados nas próximas semanas. “O único jeito de reduzir produção é quebrar os ovos, reduzindo alojamento (de pintos), aí reduz abate e reduz produção”, declarou a fonte.
Em resposta, a assessoria de comunicação da BRF afirmou que "a informação não procede".
No ramo bovino, a JBS anunciou nessa quinta-feira (23) que está em processo de redução drástica no abate de animais em suas plantas no Brasil dentro dos próximos dias.
“A BRF ainda não parou (abates de frangos), mas por conta da cadeia, ela tem aves alojadas. Mas vai diminuir alojamento”, comentou a fonte.
Atualmente, cerca de 20% do mercado exportador de carne de frango do país, sofre algum tipo de bloqueio a aquisições do Brasil, de acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
“A redução (de produção futura) já está acontecendo”, disse a uma fonte o vice-presidente de Mercados da ABPA, Ricardo Santin, sem fazer referência ao caso da BRF em específico.
Por outro lado, ele informou a existência de empresas que estão fazendo o abate antecipado de galinhas matrizes (aquelas que geram os ovos que vem a se tornar aves para abate)
Desde que a Operação Carne Fraca foi instaurada, importantes compradores de carne brasileira, como China, Hong Kong, Chile e países da União Europeia, preferiram suspender a importação deste produto.