Pai de Wesley e Joesley Batista vai assumir presidência da JBS

Antes no comando da empresa, os filhos de José Batista Sobrinho foram presos por crimes de corrupção
JC Online
Publicado em 17/09/2017 às 18:37
Antes no comando da empresa, os filhos de José Batista Sobrinho foram presos por crimes de corrupção Foto: Foto: Divulgação


Com Joesley e Wesley Batista presos, o fundador do Grupo JBS, José Batista Sobrinho (JBS) foi eleito, por unanimidade, para a presidência da empresa. O cargo, antes ocupado por um dos filhos, Wesley Batista, ficou vago após a prisão dele e do irmão por crimes no mercado econômico e de corrupção junto a políticos. De acordo com comunicado da empresa, José Batista dará continuidade ao mandato em curso até 2019.

O nome do novo presidente foi aprovado em reunião do conselho de administração da companhia, realizada nesse sábado (16). O argumento da família é que José Batista Sobrinho, conhecido como Zé Mineiro, dará "estabilidade" à companhia. José foi o primeiro presidente da JBS, empresa que criou em 1953. Ele é membro do Conselho de Administração da companhia há mais de dez anos.

O nome do patriarca surge em consonância com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém 21,3% de participação da companhia devido aos aportes feitos para a internacionalização dessa. "Fico orgulhoso de reassumir a empresa que fundei. Tenho muita confiança no desempenho da nossa liderança, em todos
os nossos gestores e nos nossos 235 mil colaboradores", disse no comunicado.

O Conselho de Administração concordou também que a diretoria cuidará de buscar um diretor para a área financeira da JBS S.A.

Investimentos e prisão

Justamente esses investimentos são alvo de investigação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada na semana passada. A CPMI da JBS apurará os empréstimos feitos pelo banco à empresa entre os anos de 2007 e 2016.

Joesley Batista foi preso após o Ministério Público rever os benefícios concedidos a ele por fechar acordo de delação premiada. Incriminando políticos, entre eles o presidente, Joesley omitiu informações consideradas importantes pelos investigadores. Wesley, irmão que comandava a JBS, foi preso de forma preventiva por supostos crimes praticados no mercado financeiro após o anúncio do acordo de delação premiada da JBS.

Na mesma reunião, o Conselho de Administração da JBS deliberou pela nomeação, como seu membro efetivo, de Aguinaldo Gomes Ramos Filho, executivo com experiência nas operações da JBS no Brasil, Uruguai e Paraguai, em substituição a Wesley Batista.

Neto do novo presidente, Wesley Filho passará a ser diretor estatutário da JBS. A ideia é que ele, André Nogueira, presidente da JBS nos EUA, e Gilberto Tomazoni, presidente de marcas globais da JBS, trabalhem ao lado de José Batista Sobrinho, assessorando-o no comando da gigante global de alimentos.

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