Os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o IPCA - o índice oficial de preços - neste ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 23, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,00% para 3,06%. Há um mês, estava em 2,97%.
Já a projeção para o índice de 2018 permaneceu em 4,02%, ante 4,08% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique levemente acima do piso da meta, de 3,0%, em 2017. O centro da meta para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%).
No dia 6 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de setembro subiu 0,16%. No ano, a inflação acumulada é de 1,78% e, nos 12 meses até setembro, de 2,54%.
Em 21 de setembro, o BC havia atualizado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) suas projeções para o IPCA: 3,2% em 2017, 4,3% em 2018, 4,2% em 2019 e 4,1% em 2020.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus foi de 3,01% para 3,05%. Portanto, estas casas também preveem que o BC cumprirá a meta, já que a inflação ficará acima do piso de 3%. Para 2018, a estimativa do Top 5 foi de 3,91% para 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,81% e 4,09%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,00% para 4,01% de uma semana para outra - há um mês, estava em 3,94%
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para outubro de 2017 subiu de 0,40% para 0,47%. Um mês antes, estava em 0,35%. No caso de novembro, a projeção seguiu em 0,35% ante 0,36% de quatro semanas antes.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC também havia atualizado suas projeções de inflação de curto prazo: 0,46% para outubro e 0,40% para novembro.
O relatório indicou elevação na projeção para os preços administrados neste ano. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 foi de alta de 6,66% para avanço de 6,82%. Para 2018, a mediana permaneceu em 4,80%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,50% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,70% em 2018.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em setembro, o BC atualizou suas projeções de alta para os preços administrados: 7,4% em 2017; 5,2% em 2018; 4,3% em 2019; e 4,2% em 2020. Em 29 de setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a adoção da bandeira vermelha patamar 2 na conta de luz em outubro.
O Relatório de Mercado Focus mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de -0,82% para -0,97% da última semana para esta. Há um mês, estava em -0,94%. Para 2018, a projeção seguiu em +4,50%, mesmo valor de quatro semanas atrás.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de -0,86% para -0,87% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em -0,84%. No caso de 2018, o índice seguiu em +4,44%, mesmo porcentual de um mês atrás.
Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2017 foi de +2,36% para +2,29% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de +2,48%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe foi de +4,31% para +4,39% ante 4,23% um mês antes.