Ainda sem uma notificação oficial por parte da Embraer, o governo brasileiro já admite que a venda da empresa para a fabricante a americana Boeing será um negócio complicado de ser analisado, pelo impacto que a companhia tem sobre o desenvolvimento de tecnologia nacional.
O Estadão/Broadcast apurou com uma fonte da equipe econômica que o negócio é complicado porque a companhia tem muita participação no Brasil em desenvolvimento de tecnologia e na produção de equipamentos militares. Para ele, o governo vai ter que olhar a proposta "com cuidado".
No entanto, essa fonte afirmou que perder o controle nacional da Embraer não seria um problema para o governo brasileiro. Como a União tem uma ação especial na empresa, que permite o veto de operações importantes - a chamada golden share -, a venda precisa do aval do governo.
A fonte informou que o governo ainda não foi informado oficialmente pelas duas empresas, mas acredita que a venda deve se concretizar porque o mercado já está dando como certo. Ele lembrou que "formadores de preços" não costumam errar sobre essas tratativas.
Reportagem publicada pelo jornal americano The Wall Street Journal informa que a Boeing realizou reuniões com a Embraer para discutir a aquisição da empresa brasileira, uma medida que fortaleceria o braço da fabricante americana no mercado de aviação regional.
Segundo a reportagem, a Boeing e a Embraer estariam discutindo um acordo que envolveria um prêmio relativamente alto para a Embraer, que tem um valor de mercado de aproximadamente US$ 3,7 bilhões. As conversas estão à espera de um resposta do governo brasileiro sobre o tema.