O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, não descarta a privatização da Eletrobras para este ano. Apesar da retirada de pauta da MP 814, que abre caminho para a venda da companhia, na noite dessa terça-feira (22), ele disse que está otimista com alternativas para apresentação de um novo texto para tratar, especificamente, da negociação das distribuidoras da empresa, que permitiriam a privatização.
Segundo Wilson Ferreira Júnior, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, acenou com propostas para este tipo de discussão. Para Ferreira Junior, a MP estava muito abrangente com as emendas incluídas ao texto original. “A MP ficou com mais conteúdo do que a que foi idealizada. Há uma ação que será desenvolvida por eles [parlamentares] no sentido de resgatar isso. Estou confiante”, disse o presidente, ao participar hoje (23) do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no centro do Rio de Janeiro.
O presidente da Eletrobras deve se reunir com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, e a equipe técnica da pasta para definir o caminho que o governo vai seguir após o arquivamento da MP 814. “O governo tem uma noção muito clara da importância desse processo de privatização das distribuidoras para o processo seguinte que é o de capitalização da Eletrobras”, afirmou.
Ferreira Júnior afastou a possibilidade de liquidação das distribuidoras, que para ele seria a pior alternativa. “Desde o primeiro momento foi aquela que a gente tem tentado evitar. Acredito que a gente tem que trabalhar no sentido de viabilizar o processo de privatização, aquele que atende melhor o interesse do consumidor, porque passa a ter um operador com capacidade financeira, já com compromissos ligados à qualidade e a perdas, à eficiência da própria companhia, então, essa é a solução que interessa a todos os envolvidos, aos consumidores, ao poder concedente e à própria Eletrobras”, apontou, acrescentando, que não há risco de antecipação de vencimento de dívidas da Eletrobras.
Também no Enase, o deputado Fábio Garcia (DEM/MT) adiantou que não pretende incluir no texto do projeto de lei 1917/2015, chamado de PL da Portabilidade, do qual é relator, nenhuma emenda que foi acrescentada a MP 814 pelos parlamentares durante as discussões antes de ela ser suspensa da pauta. “Vamos buscar manter a coerência e o consenso já construídos no PL 1917, por isso, não confirmei aqui a inclusão de nada que vem da MP 814”, disse o parlamentar.
O deputado mostrou que também está confiante em uma negociação no Congresso que permita a continuação do processo de privatização da Eletrobras.
Na participação no Enase, o presidente da Eletrobras defendeu que a saída do Brasil das dificuldades econômicas é por meio de investimentos em infraestrutura e, nesse caso, apontou que o setor elétrico é o mais organizado neste momento.
“Nós não podemos ter medo do investimento, não podemos ter medo do investidor. Precisamos atrair essas pessoas”, apontou.