ALTERNATIVAS

Entenda as vantagens e desvantagens do gás natural veicular (GNV)

Procura dos brasileiros pelo gás natural veicular aumentou após falta de gasolina nos postos

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 30/05/2018 às 11:29
Marina Silva/CORREIO
Procura dos brasileiros pelo gás natural veicular aumentou após aumentos constantes da gasolina - FOTO: Marina Silva/CORREIO
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Enfrentando 11 dias seguidos de paralisação dos caminhoneiros contra o aumento do preço dos combustíveis em todo o Brasil, a falta de gasolina faz com que os motoristas comecem a repensar suas estratégias de mobilidade. Que o Gás Natural Veicular (GNV) é o combustível mais econômico disponível no mercado, todo mundo sabe. Segundo a Associação Brasileira de Distribuidoras de Gás (Abegás) em Pernambuco, o produto é 57% mais em conta do que o preço do etanol e 48% do valor da gasolina. Ou seja, o motorista que usa GNV no carro gasta quase metade do dinheiro que gastaria com abastecimento convencional. A vantagem é grande, mas muita gente ainda reluta em fazer a conversão do veículo. A imagem de um automóvel explodindo enquanto era abastecido com gás no Rio de Janeiro – veiculada pelos telejornais e que circulou com força nas redes sociais recentemente – reacendeu a polêmica: o GNV é seguro?

“Ainda existe a ideia, errada por sinal, de que o carro a gás é inseguro e pode explodir a qualquer momento”, diz Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria. De acordo com ele, não há motivos para se preocupar na hora de parar o veículo num posto e abastecer com GNV. O consultor automotivo diz que, por ser gasoso e mais leve que o ar, o gás não se acumula no ambiente, em caso de vazamento, reduzindo o risco de incêndio. Alexandre diz que o GNV é muito mais seguro que a gasolina, etanol ou diesel atuando nas mesmas condições.

Mas pode explodir mesmo?

“Quando acontece algum acidente com o gás natural, e eles são bem raros, é porque houve negligência no cumprimento das normas de segurança”, ressalta Alexandre Costa. Segundo ele, o GNV fica comprimido em alta pressão dentro do cilindro. O carro a gás tem uma válvula de segurança que libera o GNV caso haja pressão excessiva no sistema. Ou seja, a explosão só ocorre quando há a ruptura na parede do cilindro. Mas isso não deveria acontecer já que o cilindro é feito de uma liga metálica muito forte que resiste até a tiros de armas de baixo calibre.

“O cilindro é fabricado seguindo normas rígidas do Inmetro. O equipamento não pode ter soldas e nem emendas. O tempo de vida útil é de 20 anos, mas deve ser inspecionado a cada cinco anos. Da mesma forma as oficinas que instalam kits de conversão para GNV precisam ser certificadas pelo Inmetro”, diz Eimar Vasconcelos, proprietário da instaladora Via Gás, no Recife.“Os erros mais graves em relação à instalação de um kit GNV é comprar um material sem certificação do Inmetro e fazer a instalação em qualquer oficina porque sai mais barato. Neste caso, o risco de acidentes não vale a economia”, completa Alexandre Costa. Um kit de GNV completo custa entre R$ 3 mil a R$ 6 mil nas oficinas credenciadas. 

Aumento da demanda na Bahia

Os baianos estão, mais do que nunca, atrás do GNV. No estabelecimento Gás Point Centro Automotivo, na Avenida Ogunjá, a procura nos últimos meses aumentou cerca de 50%, quando os preços dos combustíveis subiram gradativamente. A procura se intensificou na última semana, algo em torno de 150%, desde que a gasolina passou a faltar nos postos, calcula Celson Fernandez, proprietário do local.

Se antes os kits eram instalados em dois carros por dia, agora são em média cinco automóveis que saem de lá equipados para circular com o GNV. E quem procura o espaço para a instalação do kit tem escutado um 'não', já que a demanda tem sido alta demais.

"Nesse momento de greve, só quem tem o kit estava conseguindo abastecer e circular porque o gás é canalizado, não depende de transporte. O mercado já vinha aquecido e já estávamos trabalhando com agendamentos, agora estamos tendo que remarcar os clientes", explica Celson.

Passo a passo para ter um GNV

Solicite em um Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) a autorização para alterar combustível;

Leve o veículo para adaptação em oficina credenciada junto ao Inmetro;

Após convertido, o veículo deve ser inspecionado em organismo de inspeção credenciado pelo Inmetro, com a autorização do Detran, a nota fiscal do serviço e o Atestado de Qualidade do Instalador Registrado para a obtenção do Certificado de Segurança Veicular (CSV);

Com o CSV e a nota fiscal do equipamento em mãos, o motorista deve reapresentar o veículo no CRVA para o registro da alteração do combustível;

Registrada a alteração de combustível, o proprietário retornará ao organismo de inspeção para colocação, no para-brisa, do selo que permite o abastecimento.

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