O governo brasileiro desistiu de propor, na negociação para prorrogar até 2023 o acordo com a Argentina para comércio de veículos e autopeças, um aumento gradual do máximo que o Brasil pode exportar para o país vizinho, conforme apurou o Estadão / Broadcast. Agora, defende um limite maior que o atual, mas sem crescer a cada ano.
No acordo vigente, que tem duração de quatro anos e vai até junho de 2020, a cada US$ 1 importado da Argentina, o Brasil pode vender, livre de tarifas, US$ 1,5 para lá. Essa proporção é chamada pelos dois governos e pelas empresas de "flex". O documento prevê também que, no último ano de vigência, entre julho de 2019 e junho de 2020, o flex suba para US$ 1,7.
Nas negociações para prorrogar por mais três anos, até 2023, o governo brasileiro vinha defendendo que o flex subisse gradualmente a cada ano, partindo de US$ 1,7. No entanto, encontrou resistência por parte do governo argentino, que tem buscado melhorar suas contas externas. O Brasil, então, desistiu da ideia e passou a propor que o flex se mantenha fixo por esses três anos a US$ 1,7, no mínimo.
Uma nova reunião sobre o tema está marcada para o início de setembro. A intenção é que haja um acerto ainda neste semestre. A prorrogação está sendo negociada pelos governos dois anos antes do fim do prazo atual porque as partes querem se antecipar ao processo eleitoral na Argentina, que ocorre no ano que vem.
O flex voltou a ser discutido pelos países no ano passado, quando a Argentina avisou que começaria a notificar as empresas que estavam excedendo o limite de US$ 1,5, exigindo a constituição de garantias equivalente às multas previstas no acordo.