Construção Civil

Saque do FGTS cria insegurança sobre Minha Casa Minha Vida

De acordo com o Sinduscon-SP, os recursos do FGTS servem como subsídio para o programa, que oferece financiamento a taxas de juros mais baixas do que o restante do mercado

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Publicado em 17/07/2019 às 16:24
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
De acordo com o Sinduscon-SP, os recursos do FGTS servem como subsídio para o programa, que oferece financiamento a taxas de juros mais baixas do que o restante do mercado - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A proposta do Ministério da Economia de permitir que os trabalhadores saquem até 35% dos recursos de suas contas ativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) liga o sinal amarelo para o setor de construção civil, que depende de recursos do fundo para financiar a construção e a compra de imóveis no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

"Um saque na ordem de R$ 42 bilhões, como foi falado, vai mexer com a liquidez do fundo. Todos os empresários do setor estão inseguros", afirmou o vice-presidente de habitação do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Ronaldo Cury.

Os recursos do FGTS servem como subsídio para o MCMV, que oferece financiamento a taxas de juros mais baixas do que o restante do mercado para a compra da casa própria. Segundo Cury, a potencial queda na liquidez desperta preocupação entre os empresários sobre a capacidade do fundo continuar financiando projetos que estavam previstos para serem lançados nos próximos meses.

"De um lado, o governo prometeu lançar um novo MCMV. Do outro está tirando o dinheiro do fundo que sustenta o programa. Quem vai investir dessa forma?", questiona. Cury lembrou que os recursos do FGTS destinados ao programa habitacional em São Paulo acabaram em junho, devido ao aquecimento do mercado, o que demandou o redirecionamento de dinheiro que estava parado em outros segmentos do orçamento do FGTS. "Isso mostra como o cobertor já está curto."

Surpresa

O representante do Sinduscon-SP comentou ainda que o setor foi pego de surpresa com essa proposta do governo, apesar de manter reuniões periódicas com representantes da esfera federal. "Não teve aviso nem conversa com o setor de construção. Ficamos sabendo sobre os saques pelos jornais", reclamou.

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