FISCALIZAÇÃO

Bolsonaro pretende tirar Coaf do 'jogo político' e vinculá-lo ao Banco Central

Coaf é o órgão responsável por analisar transações financeiras suspeitas relacionadas a população brasileira

Estadão Conteúdo
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Publicado em 09/08/2019 às 11:22
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Coaf é o órgão responsável por analisar transações financeiras suspeitas relacionadas a população brasileira - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira, 9, que pretende transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje vinculado ao Ministério da Economia, para o Banco Central. "O que pretendemos é tirar o Coaf do jogo político", afirmou o chefe do executivo.

De acordo com ele, o Coaf no Banco Central vai fazer o "trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político". "Tudo onde tem política, mesmo bem intencionado, sofre pressão", disse o presidente.

Além disso, o órgão pode ter um quadro efetivo e até mudar de nome, declarou o chefe do executivo ao deixar o Palácio da Alvorada. 

Na entrevista, Bolsonaro estava ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Entenda

Bolsonaro transferiu o Coaf para o Ministério da Justiça ao assumir o governo. O Congresso, no entanto, devolveu o órgão ao Ministério da Economia, sob presidência do ministro Paulo Guedes.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi criado em maio de 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e é o órgão responsável pela fiscalização de ocorrências suspeitas de atividade ilícitas relacionada à lavagem de dinheiro além de desempenhar atividades de regulação e aplicação de penalidades nos setores obrigados para os quais inexistam órgãos fiscalizadores próprios.

Destino

O destino do presidente do Coaf será decidido pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Perguntado sobre como o órgão ficaria livre de indicações políticas, Bolsonaro citou um exemplo de que poderia sugerir a Moro que tirasse alguém do Coaf enquanto a pasta estivesse no Ministério da Justiça. "Queremos evitar isso aí. Quando menos o Estado, a política, interferir no destino do Brasil, entendo que seja melhor."

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