Jatinhos cheios de engravatados vão virar rotina em Igarassu. Em pouco mais de um mês, vai começar a funcionar em regime de soft open - uma abertura aos poucos, com testes e ajustes - o Aeródromo Coroa do Avião. A partir de maio, o aeroporto para aviões de pequeno e médio porte, um investimento privado de R$ 80 milhões, já deve estar em pleno funcionamento. Como a lei não permite cobrança por pousos e decolagens, o lucro virá do aluguel de hangares e de outros serviços, como fornecimento de combustível e oficina.
O Aeródromo Coroa do Avião fica na Estrada de Nova Cruz, a PE-014. É um empreendimento da Gran Marco, uma sociedade das construtoras pernambucanas Romarco e Casa Grande. As empresas tiveram a sacada de construir um aeroporto ao observar o grande volume de investimentos que começou a chegar ao Litoral Norte. Assim, mudaram seu projeto de fazer uma pequena pista voltada a voo esportivo para um terminal focado nos executivos. Na época, nem se sabia ainda que o polo automotivo da Fiat seria anunciado em Goiana, o que reforçou ainda mais o projeto.
Um dos grandes trunfos do aeroporto é o péssimo trânsito do Recife. A Fiat, por exemplo, está localizada a igual distância dos Aeroportos Internacional do Recife e Castro Martins, em João Pessoa: 65 quilômetros. O trânsito faz toda a diferença e muita gente prefere pousar na Paraíba. A distância entre o Aeródromo e Goiana é de cerca de 40 quilômetros, o suficiente para evitar o gargalo da BR-101 em Abreu e Lima.
As obras começaram há um ano. De acordo com o diretor comercial da Gran Marco, Jorge Leitão, o orçamento inicial subiu 60% nas duas etapas: a primeira fase passou de R$ 25 milhões para R$ 40 milhões e o total subiu de R$ 50 milhões para R$ 80 milhões.
Toda a parte de asfalto (pista de pousos e decolagens, pátio de manobras e área de taxiamento) já está homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A pista principal tem 1.255 metros de comprimento por 30 metros de largura. Para se ter um comparativo, a pista do Aeroclube de Pernambuco tem 900 metros de comprimento e a do Aeroporto Internacional dos Guararapes, 3 quilômetros.
"A pista está pronta e toda parte de pátio e táxi de acesso aos hangares da primeira etapa já esta concluída", reforça. As obras civis de hangares, sala vip, escritórios e acomodação para pilotos chegaram a 85% de execução. A primeira fase terá três hangares de mil metros quadrados cada mais um outro de 540 metros quadrados. Todo o projeto prevê 20 hangares.
A segunda etapa depende da demanda e terá lojas, restaurantes e postos de conveniência. "Para a segunda etapa, ainda não temos data definida", comenta Jorge Leitão. Os hangares já estão em fase de comercialização. Agora, é buscar novos contratos para fazer a segunda etapa decolar.