SUSTENTABILIDADE

Celpe começa projeto de microgeração de energia em Noronha

A distribuidora escolheu sete clientes que terão sistemas solares instalados nos telhados

Da editoria de economia
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Publicado em 30/08/2015 às 8:00
Marcelo Jorge Loureiro/ Acervo JC Imagem
A distribuidora escolheu sete clientes que terão sistemas solares instalados nos telhados - FOTO: Marcelo Jorge Loureiro/ Acervo JC Imagem
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A microgeração, aquela que pode ser gerada por pequenos empreendimentos até no telhado de uma casa, pode ser uma das soluções para o Arquipélago de Fernando de Noronha passar a ter uma energia mais limpa. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, cerca de 90% da energia da ilha continua vindo do óleo diesel. Agora, a Companhia Energética de Pernambuco escolheu sete clientes dos segmentos residencial, comercial, poder público e uma Organização Não-Governamental (ONG) para instalar placas solares fotovoltaicas nos telhados desses imóveis. A expectativa é de que sejam gerados 30 quilowatts-pico.

“Essa energia é pouca comparada ao consumo total de Noronha. Mas é uma maneira de incentivar outros clientes a gerarem sua própria energia e aumentar a produção de energia limpa”, afirma o gestor da Unidade de Engenharia Básica da Celpe, José Aderaldo Lopes. A empresa vai investir cerca de R$ 2 milhões num projeto de P&D para fazer os projetos, implantar os sistemas e depois fazer o monitoramento. Tudo em Noronha é mais caro, porque a logística para chegar lá é muito cara. 

A expectativa da Celpe é de que os sete clientes estejam com os pequenos sistemas fotovoltaicos instalados e operando até abril de 2016. A pequena geração dos sete consumidores vai entrar na rede elétrico da ilha e testar outro sistema que também está sendo implantado em Noronha: o Smart Grid, uma rede inteligente que permite monitorar, de forma remota, a energia que entra, sai e até fazer religamentos à distância. 

No entanto, um dos empecilhos para a implantação de mais micro sistemas de geração solar em Noronha, bancados pela população e donos das pequenas pousadas, é o custo mais alto do que o do continente. “Ainda não temos os números fechados por cada sistema, mas tudo em Noronha é mais caro”, acrescenta Aderaldo. 

Mas por que a energia é uma preocupação em Noronha ? Primeiro, porque o consumo vem crescendo há alguns anos. Para o leitor ter uma ideia, o consumo médio de energia em Noronha é de 576 quilowatts-hora (kWh), enquanto no Estado essa média é de 120 kWh.

O consumo cresce porque muitas casas de Noronha se transformaram em pousadas. Vários projetos de energia renovável chegaram a ser anunciados por órgãos do Estado e da União, mas o único que diminuiu a dependência do diesel foram as duas usinas solares instaladas com recursos do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Celpe inauguradas em 2014 e 2015. Juntas, geram cerca de 10% de todo o consumo e, a partir deste ano, provocaram uma economia superior a R$ 1 milhão com o diesel que deixou de ser comprado por ano, cerca de 400 mil litros. 

Também é interessante Noronha passar a produzir a sua própria energia pois o megawatt-hora (MWh) de lá tem o custo de R$ 1,2 mil, enquanto uma hidrelétrica no continente gera a mesma quantidade por cerca de R$ 130. A tarifa na ilha é paga pela Conta de Consumo de Combustível (CCC), um encargo cobrado na conta de luz de todos os brasileiros.

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