A despeito da resistência agressiva dos taxistas e da dificuldade do poder público em gerir a entrada de empresas como a Uber no mercado local, pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau mostra que 67% dos recifenses defendem que o tipo de serviço oferecido pelo aplicativo deve existir na capital.
De acordo com o estudo, 63,7% dos recifenses já ouviram falar no Uber. Desses, 25,9% acham que não deveria existir Uber no Recife e 67% acham que deveria. Ainda dentro do universo dos que conhecem o serviço, embora a maioria (77,2%) nunca tenha usado o aplicativo, 98,9% afirmam que aprovam os serviços da Uber.
Outras informações trazidas pela pesquisa dizem respeito aos táxis. Entre todos os entrevistados, a maioria (37,7%) considera o serviço “regular”. A segunda opção com mais respostas foi “bom”, com 27,4% (veja quadro abaixo).
A pesquisa foi feita entre os dias 3 e 4 deste mês, com 624 pessoas.
POLÊMICA - A Uber é uma empresa de tecnologia que não tem sede no Recife – e por isso, não paga o Imposto Sobre Serviços (ISS) para a prefeitura. Através de seu aplicativo, conecta os usuários que precisam se deslocar com motoristas cadastrados.
Esses motoristas são pessoas comuns, que se inscrevem na empresa, atendendo a determinadas exigências, como modelo do carro, e que precisam estar constantemente bem avaliados pelos passageiros para continuar no aplicativo. A empresa cobra ao motorista 25% do valor da corrida, paga exclusivamente pelo cartão de crédito.
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A Uber chegou ao Recife em março e, assim como em outras cidades e países, enfrenta resistência dos taxistas, que alegam estar sofrendo concorrência desleal, já que pagam taxas pela concessão do poder público e têm preço tabelado. Os valores da Uber são definidos por ela mesma e podem variar de acordo com critérios próprios da empresa. Desde então, vêm sendo registrados casos de violência de taxistas contra motoristas e passageiros de Uber. E até mesmo com motoristas comuns.
Em São Paulo, por onde a norte-americana Uber começou a atuar no Brasil, a lei municipal sobre o assunto deve ser publicada nesta quarta (11), depois de muita polêmica e debate. Lá, as empresas de transporte que rodarem por aplicativo na cidade – incluindo EasyTaxi e 99Taxis – terão de pagar uma outorga ao poder público, que deverá ser de R$ 0,10 por quilômetro rodado. Também será obrigatório fornecer à prefeitura informações de itinerário e tempo decorrido. Grosso modo, a prefeitura “venderá” quilômetros a essas empresas e poderá restringir esse volume se a demanda por táxi cair muito.
No Recife, a Lei Municipal 18.176/2015 foi regulamentada no mês passado e vai, até o fim do mês, credenciar aplicativos que façam a intermediação entre passageiros e taxistas. Na prática, a legislação tenta inibir o Uber, classificando o aplicativo como transporte clandestino, usando como base a Lei Federal 12.468/2011. De todo modo, está em andamento na Câmara de Vereadores uma consulta pública, que visa reunir as opiniões da população sobre o assunto. Sobre os casos de violência, a PCR orienta que o acusado seja denunciado à Polícia e, se for um taxista, que também seja feita a denúncia na CTTU com o Termo de Permissão (TP) do veículo, através do telefone 0800-081-1078.