CONSTRUÇÃO

Construtoras pernambucanas ainda apostam alto no Minha Casa Minha Vida

Apesar da falta de recursos para a faixa voltada aos mais pobres, construtoras afirmam que situação não causa preocupação

Beatriz Albuquerque
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Beatriz Albuquerque
Publicado em 14/06/2016 às 9:24
Foto: Igo Bione/Acervo JC Imagem
Apesar da falta de recursos para a faixa voltada aos mais pobres, construtoras afirmam que situação não causa preocupação - FOTO: Foto: Igo Bione/Acervo JC Imagem
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A recente declaração do ministro das Cidades, Bruno Araújo, sobre as dificuldades enfrentadas pelo governo para conseguir recursos para a faixa 1 (voltada aos mais pobres) do Minha Casa Minha Vida não causa tanta preocupação ao setor imobiliário. Apesar da crise e nas vendas difíceis, as construtoras pernambucanas estão investindo no lançamento de empreendimentos que atendem as faixas 2 e 3 (para pessoas de renda mais elevada) do programa federal para manter o mercado aquecido.

No último final de semana, a MRV apostou na realização de um feirão próprio, no estacionamento do Shopping Center Recife, com a oferta de dez empreendimentos. Ao todo, são 1.013 unidades à venda. O destaque é para o lançamento do Condomínio Parque Recanto do Sol, localizado em Piedade. Na avaliação de Diogo Lemos, gestor executivo comercial, “a procura está muito positiva, realizamos 120 atendimentos apenas no primeiro dia. Para nós o mercado está aquecido”, afirmou.

Outro complexo oferecido pela construtora é o Villa Natal, em Jaboatão Velho, que possui 8 condomínios, com 2 mil unidades vendidas. A construtora atende as faixas 2 e 3 do programa MCMV, além de oferecer “zero de entrada” para a aquisição da casa própria.

Para o diretor da Construtora Carrilho, Antônio Carrilho, as declarações do ministro das Cidades – que afirmou no início deste mês que a presidente Dilma Rousseff não teria deixado recursos para a União financiar a faixa 1 do MCMV – não tem causado apreensão para a empresa, que trabalha exclusivamente com a faixa 3 do programa federal. “Nós montamos uma indústria de apartamentos. Construímos oito unidades por dia para atender o volume atual, mas temos capacidade para dobrar a produção”, disse Carrilho.

O Aurora Porto Arthur, no centro do Paulista, é o empreendimento mais atual da construtora, com área prevista para a construção de 3.500 unidades. Até o final de 2016, a Carrilho terá 15 empreendimentos MCMV lançados. Entre eles, Morada do Janga (Janga); Morada das Quintas (Peixinhos); Aurora do Paulista (Paulista/Centro); Reserva Sítio das Árvores (Curado). “Também temos uma área em reserva de estoque em Camaragibe, com capacidade para mais 1 mil imóveis.”

A Pernambuco Construtora também está apostando na venda de moradias que contam com os benefícios do MCMV. A empreiteira oferece dois produtos, o Reserva de São Lourenço e o Reserva de Ipojuca, ambos localizados nos municípios que dão nome aos residenciais. A empresa chegou a realizar uma reunião com a Caixa Econômica, após saber da falta de recursos do governo. “Nos reunimos com o superintendente da Caixa, que nos tranquilizou. Como trabalhamos apenas com a faixa 3 não houve alteração e confiamos que os contratos firmados dificilmente sofrerão modificações”, afirmou a diretora executiva, Mariana Wanderley.

Em São Lourenço o complexo oferece 2.048 unidades, com 80% das casas entregues, e em Ipojuca são 1.440 unidades, com 60% da entrega concluída. Todas as unidades já estão construídas e ao fechar o negócio o cliente já recebe as chaves. Segundo Mariana, há a expectativa de fazer novos produtos: “é um modelo de negócio que deu muito certo, porque é onde os clientes estão comprando agora. Com o incentivo do subsídio, o desembolso do comprador não chega a 135 mil. É um mercado que ainda tem muito espaço”. O ministro das Cidades ainda está realizando mudanças no MCMV, como a alteração da portaria que tratava da pontuação das entidades que constroem as habitações. 

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