Há um ano o Governo do Estado assumia integralmente a administração da Arena Pernambuco - hoje Arena de Pernambuco -, estrutura até então gerida por uma perceria público-privada (PPP). Naquela época, diante de diversas denúncias de irregularidades na construção, a gestão estadual decidiu rescindir o contrato com o consórcio liderado pela Odebrecht sob o argumento endossado por análises financeiras de que o parceiro subutilizava o local. Hoje, 12 meses depois, nem o aumento de 87% na quantidade de eventos realizados no espaço evitou o prejuízo anual de R$ 7 milhões para o cofre estadual.
A Arena representa atualmente um custo médio mensal de R$ 840 mil, montante retirado do orçamento estadual. A Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco argumenta o teto mensal de gastos foi reduzido de R$ 2 milhões (valor referente ao período da PPP) para R$ 1,2 milhão em 2016 e R$ 1,075 milhão em 2017. Mas esse esforço não foi suficiente para manter as contas no azul diante de uma receita média mensal de apenas R$ 200 mil. "Esse é o pior momento de negócios do País", afirmou o secretário da pasta, Felipe Carreras, justificando a baixa captação de recursos.
Apesar dos resultados financeiros, o governo comemora os números referentes ao aproveitamento do espaço. A agenda de eventos que não estão relacionados a jogos de futebol passou de nove no ano durante a PPP para 71 entre junho de 2016 e junho deste ano. "Nós (governo) temos um papel social, não somos para dar lucro. Somos para funcionar e funcionar bem com um produto de qualidade", disse Carreras.
Para o segundo semestre deste ano, além de mais eventos esportivos e de lazer, a previsão é que o estudo de viabilidade de um novo modelo de negócios seja concluído. Três consórcios realizam análises, que devem ser entregues em outubro de 2017. A partir dessa apresentação, será aberta uma nova licitação, a partir da qual será definida a nova empresa responsável pelo equipamento. "Posso garantir que existem empresas interessadas, inclusive duas internacionais", afirmou o secretário. A expectativa é que a administração mude de mãos até o fim do primeiro semestre de 2018.
Durante a apresentação do balanço de um ano de administração da Arena pelo governo, realizada nesta segunda-feira (12), o secretário anunciou que o equipamento irá receber, no início do próximo ano, a volta do Recifolia. A festa de Carnaval fora de época foi realizada na Avenida Boa Viagem, no Recife, entre os anos de 1993 e 2003 e foi extinta diante da reclamação dos moradores da área. O secretário não revelou quem serão os realizadores do evento ou a data em que ocorrerá.