Empresários podem ter sido coagidos a formar cartel, diz polícia

Investigação faz parte da Operação 'Funil', que prendeu três funcionários do Sindicombustíveis nessa terça-feira (15)
Da editoria de economia
Publicado em 16/05/2018 às 12:20
Investigação faz parte da Operação 'Funil', que prendeu três funcionários do Sindicombustíveis nessa terça-feira (15) Foto: Foto: Reprodução


Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (16), a Polícia Civil de Pernambuco esclareceu que empresários do setor de combustíveis estão sendo intimados a depor nas próximas etapas da Operação Funil. A operação, que foi desencadeada nessa terça-feira (15), prendeu três integrantes do Sindicato dos Combustíveis de Pernambuco (Sindicombustíveis), suspeitos de alinhar preços com donos de postos de 11 cidades de Pernambuco. O foco das intimações é saber se os empresários foram coagidos a participar do esquema.

O delegado Germano Bezerra, titular da investigação, explicou que o processo é importante para entender se outras pessoas estavam participando do alinhamento. "A partir de hoje, estamos intimando outros empresários, donos de postos, que não coadunavam com essa prática delitiva. Esperamos que eles contribuam com a investigação policial, porque aí, sim, muitos deles eram coagidos, forçados a fazer parte", enfatizou.

De acordo com o titular, o inquérito deve ser fechado em dez dias, quando a polícia terá fechado se seis empresários, além dos funcionários, estão envolvidos no cartel. "Os empresários (que faziam os contatos com os envolvidos da representação) ainda não foram presos, simplesmente, pelo fato de estarmos ainda de estarmos juntando provas de todos os investigados", pontua Bezerra, que está coletando provas, além dos depoimentos dos investigados.

Operação

A Operação ‘’Funil’’, desencadeada na manhã desta terça-feira (15), prendeu três funcionários do Sindicato de Combustíveis de Pernambuco (Síndicombustíveis) que estão envolvidos em cartel. Segundo as investigações, que começaram em julho de 2017, os funcionários do sindicato faziam o alinhamento de preços dos combustíveis com donos de postos em 11 cidades do estado.

Os funcionários foram presos por ordem de mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça. Além deles, outros 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo 17 em postos de combustíveis e 10 em residências, incluindo a do presidente do Síndicombustíveis, Alfredo Pinheiro Ramos, que está sendo investigado.

A 14° operação de repressão qualificada em 2018, foi coordenada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (DINTEL) com o apoio operacional da Diretoria Integrada de Metropolitana (DIM) e supervisão da Chefia de Polícia. A ação envolveu mais de 160 policiais civis, entre delegados, agentes, comissários e escrivães.

Na Bahia, MPF abriu investigação

Do jornal Correio para a Rede Nordeste

Os preços parecem estar tabelados. Você procura um, dois, três postos em busca de uma gasolina mais em conta, mas os valores, quando não são iguais, se difereciam por centavos. Coincidência ou uma tática dos empresários do ramo para obter lucros maiores? O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou nesta sexta-feira (11) que investigará mais de 200 postos de combustível de Salvador suspeitos de aumentarem os preços e fixá-los, não dando chance de escolha ao consumidor. A pena, caso comprovado o esquema, pode variar entre dois a cinco anos de prisão, em esfera criminal, e multa de até R$3 milhões, na esfera cível. 

Um inquérito civil público foi instaurado na última quinta-feira (10) para apurar a possível manobra dos empresários. O MP, de acordo com a promotora Joseane Suzart, da 5ª Promotoria de Justiça do Consumidor, informou que deve fechar o cerco contra o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis) e o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-Ba), já que eles representam a categoria. 

 

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