Há um mês, o consultor tributário da HabilCont, José Belarmino, trocou as três salas de 30m² que alugava num empresarial no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, por duas salas de 40m² em outro empresarial do mesmo bairro, mais moderno e próximo a um centro de compras. Na busca pelo custo-benefício, o consultor conseguiu até mesmo negociar o valor pago pelo aluguel, que caiu 15% na hora de fechar o negócio. Episódios como esse têm sido cada vez mais comuns no mercado de locação comercial do Recife, que vive uma boa fase em relação à demanda de locadores.
“Fui beneficiado pelo momento que estamos vivendo, e consegui o m² mais barato para o padrão de empreendimento que escolhi. Fui para um com quase o mesmo tamanho - tive redução de 10m² - mas com qualidade muito superior em relação à infraestrutura. Estou pagando por cada sala R$ 1.800 onde seria R$ 2.400, isso era impossível no cenário que tínhamos de boom imobiliário”, afirma Belarmino.
A maior probabilidade de descontos, seja nos imóveis novos ou usados, tem se tornado realidade no Recife em função do menor número de lançamentos em contraponto à manutenção da demanda. “A demanda retomou, sobretudo para áreas menores. Nos últimos dois meses tivemos uma demanda interessante. A taxa de vacância caiu muito. No RioMar Trade Center, de 900 salas, quase 90% já está ocupada. Isso é bastante coisa, porque há um ano atrás não havia nem 50%”, garante Pedro Natrielli, da NE Connection consultoria imobiliária.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE) e proprietário da amimalharia Âncora, Luciano Novaes, Este ano tem sido melhor para os imóveis novos, que aumentaram o número de locações, e até mesmo para os imóveis mais antigos (com mais de dez anos) que têm conseguido reduzir os preços para se manterem atraentes.
“Na média, da quantidade de imóveis que alugamos por mês, 30% hoje é imóvel comercial. No final de 2016, este número chegou a ser de 8%. Estamos voltando a um patamar histórico”, avalia Novaes. Segundo ele, os locadores vão desde empresas a profissionais liberais, que pagam ticket média de R$ 1.700. “Mesmo quem perdeu seu emprego está empreendendo e fortalecendo esse número de alugueis. Estávamos com estoque muito elevado ano passado e isso caiu em torno de 20%. Na Âncora estamos com quase 2 mil imóveis locados”, reforça.