PETRÓLEO & GÁS

Privatização da Refinaria Abreu e Lima entra na fase de propostas de compra

Nessa etapa do processo, potenciais compradores vão receber carta-convite para detalhar propostas

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 22/11/2019 às 20:08
Heudes Régis/Acervo JC
Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco - FOTO: Heudes Régis/Acervo JC
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A Petrobras deu mais um passo na venda de quatro unidades de refino, que integram o plano de desinvestimento da companhia no Brasil. Nesta sexta (22), em continuidade ao comunicado divulgado em 30 de agosto de 2019, a empresa informou ao mercado o início da fase vinculante referente à primeira etapa da venda de ativos em refino e logística associada no País, que inclui as refinarias Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco, Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná e Alberto Pasqualini (Refap) no Rio Grande do Sul e seus ativos logísticos correspondentes.

Nessa etapa do processo, os potenciais compradores classificados para essa fase receberão carta-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento, incluindo orientações para a realização de due diligence e para o envio das propostas vinculantes.

>> Refinaria Abreu e Lima, em Suape, é a mais cara do mundo

Em nota à imprensa, a Petrobras explicou que a venda das refinarias “está de acordo com as diretrizes para desinvestimentos da Petrobras e com o regime especial de desinvestimento de ativos pelas sociedades de economia mista federais, previsto no Decreto 9.188/2017”. A companhia informa, ainda, que a operação de venda “está alinhada à otimização do portfólio e à melhora de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os nossos acionistas”, diz o texto.

ABREU E LIMA

A Refinaria Abreu e Lima, que tem capacidade total para processar 260 mil baris de petróleo por dia, está prestes a completar cinco anos de operação

Inaugurada em dezembro de 2014, a Refinaria Abreu e Lima está prestes a completar cinco anos de operação. Apesar de ter recebido investimento de US$ 20 bilhões e entrado para um dos maior escândalos financeiros do Brasil no âmbito da operação Lava Jato, a unidade funciona com menos da metade da sua capacidade de processamento de petróleo. A Rnest foi projetada para processar 260 mil barris por dia (bpd) em dois trens de produção, mas a segunda etapa não foi concluída e a refinaria só está autorizada a processar 100 mil bpd pela Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH). Isso porque não concluiu a unidade de abatimento de emissões (Snox). Além da limitação dos volumes, a unidade de refino também é obrigada a processar um petróleo mais caro, com menor teor poluente. Além da refinaria, a Rnest tem ativos que incluem um terminal de armazenamento e um conjunto de oleodutos totalizando 101 quilômetros.

Em Pernambuco, a Petrobras já havia vendido a PetroquímicaSuape (PQS), que foi adquirida pelo grupo mexicano Alpek e vem registrando aumento de produção e resultado positivo nas demonstrações financeiras. A venda foi fechada em maio do ano passado por R$ 1,5 bilhão. A venda da Rnest não teve expectativa de valor divulgado, mas deverá ficar bem abaixo do investimento feito pela Petrobras na construção do empreendimento.

Além da Rnest, que representa 5% do total de refino do País, a Petrobras também está se desfazendo da Landulpho Alves (RLAM), na Bahia (14% do refino nacional), da Repar no Paraná (9%) e da Refap no Rio Grande do Sul (%). Além das unidades de refino nos quatro Estados também serão vendidos os ativos, que incluem terminais de armazenamento e conjunto de oleodutos.

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