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A moeda é parte da identidade de uma nação. Para o britânico John Maynard Keynes (1883-1946), um dos mais importantes teóricos do pensamento econômico global, é um ativo que confere garantia contra as incertezas da economia. Imagine um país que não pode oferecer garantias a seus trabalhadores, a seus empreendedores, a seu povo. O Brasil antes do Plano Real era assim. Com uma inflação de mais de 2.400% em 1993, o País acumulava fracassos em sua história monetária. De tempos em tempos, cortavam-se zeros da moeda porque os sistemas, as cédulas, as calculadoras não tinham como comportar tantos dígitos. Éramos obrigados a racionar comida porque não havia para vender nos supermercados. Se houvesse comida, comprávamos para estocar porque não se sabia o dia de amanhã. O planejamento não existia. A inflação descontrolada nos puxava para trás, nos excluía do contexto econômico internacional. A inflação descontrolada torturava o brasileiro, sobretudo o mais pobre. A inflação descontrolada é um capítulo triste de nossa história. Para que permaneça encerrado, cada um de nós tem de lutar sistematicamente. Nesta terça-feira (01/07), o Jornal do Commercio publica um caderno especial sobe os 20 anos do Plano Real e os textos estão reproduzidos aqui no JC Online. As reportagens relembram aquela época, miram o futuro, contam histórias de personagens, analisam o quadro atual e saúdam as duas décadas do Plano Real que, para além de colorações políticas e partidárias, recriou as bases de um novo País.