INVESTIGAÇÃO

Nove integrantes de torcidas organizadas denunciados pela Operação Arquibancada

Ministério Público apresenta denúncia contra envolvidos em briga no metrô

Leonardo Vasconcelos
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Leonardo Vasconcelos
Publicado em 21/03/2016 às 12:55
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Ministério Público apresenta denúncia contra envolvidos em briga no metrô - FOTO: JC Imagem
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A primeira fase da Operação Arquibancada chega ao fim nesta segunda (21) com a denúncia feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de 9 integrantes de torcidas organizadas por tumulto e associação criminosa. Os cinco particantes da Fanáutico e 4 da Inferno Coral participaram de uma confusão na estação Barro do metrô do Recife no dia 11 de julho do ano passado, quando houve confronto e depredação, antes do Clássico das Emoções, na Arena Pernambuco, pela 12ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.  

“Desde a partida do Metrô, vários integrantes da Fanáutico passaram a apertar os botões de emergência e a danificar portas e janelas da composição.  Quando o trem parou na estação Barro Coral, eles se encontraram com integrantes da Inferno Coral, provocando um grande tumulto, com uso inclusive de fogos de artifício, conforme demonstram as imagens anexadas aos autos. Todos confessaram os crimes e disseram que isto é uma prática comum, esses confrontos no metrô e nas ruas fazem parte do DNA das organizadas”, afirmou o promotor Marcos Carvalho, responssável pela denúncia. 

Os torcedores denunciados da Fanáutico foram Alex Douglas da Silva Gomes, de 20 anos, Guilherme Santana de Oliveira, “Pânico”, 22, Wallace Diego Brasil Vilela, 27, José Pedro da Silva Rocha, “Pedro dos Coelhos”, 21, e Maycon Douglas Torres da Silva, 24. Já os da Inferno Coral foram Robson Barbosa de Moraes, “Galo”, de 24 anos, Walter Gutemberg Ribeiro da Cunha, “Taz”, 21, Aurélio Jordan Belo da Silva, “Nedy”, 20, e Erick Nascimento Nunes, “Chilaco”, 23. Na denúncia é solicitada, como medida cautelar diversa da prisão, enquanto durarem as investigações, a proibição de comparecerem a eventos esportivos, devendo nos dias de jogos se apresentarem uma hora antes das partidas ao Juizado do Torcedor e permanecerem até uma hora após o término do jogo.

Marcos Carvalho destacou que o principal resultado da operação é a mudança da forma de encarar e julgar esses crimes, com o enquadramento legal em associação criminosa (artigo 288 do Código Penal), que prevê penas de até quatro anos de prisão. “Está esgotado agora o trabalho do MPPE com os acusados respondendo como réus na justiça comum. Isso é uma mudança de paradigma importante pois abre o precedente jurídico. Agora mudou o foco da polícia e do judiciário. Eles estão sendo tratados como quadrilhas em potencial. Isso não significa dizer que todo integrante dessas torcidas faz parte de uma quadrilha, mas é claro e evidente que dentro delas existem sim verdadeira associações criminosas, inclusive com franquias diferentes em cada bairro”, apontou o promotor.

A Operação Arquibancada foi deflagrada, em uma ação conjunta da Polícia, Justiça e Ministério Público, no dia 28 de outubro do ano passado, como a grande resposta do Governo do Estado contra as torcidas organizadas. Na ocasião, houve a prisão de 12 integrantes da Torcida Jovem, Fanáutico e Inferno Coral e apreensão de material dos 3 grupos, além de dois revólveres de calibre 38. Todavia, eles deixaram o Cotel 10 dias depois, quando se cumpriu o prazo da prisão temporária. Além do episódio do metrô, a operação também reuniu os inquéritos do confronto entre a Fanáutico e Terror Bicolor (do Paysandu) contra a Inferno Coral na frente da sede do Náutico, no dia 8 de setembro do ano passado, e o do arrestão no Imip entre Jovem e a Galoucura (do Atlético Mineiro), no dia 18 de outubro do ano passado. Dos 9 denunciados nesta segunda (21), 5 já estavam envolvidos nas outras brigas. 

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