Os jogadores do Náutico entraram em uma “greve de entrevista” nesta terça-feira (28). Os jogadores alvirrubros decidiram pelo silêncio enquanto a direção do clube não resolver o problema de salários atrasados. De acordo com o vice-presidente jurídico timbu Bernardo Wanderley, a ação cível que bloqueia o dinheiro do clube retém as duas primeiras parcelas das verbas de televisão destinadas ao Náutico.
Os atletas que chegaram ao Timbu este ano ainda não receberam pagamentos e os remanescentes de 2016 haviam entrado em acordo antes das férias, individualmente. A diretoria está ciente do silêncio adotado e os treinos seguem abertos à imprensa. Na última semana, o grupo se reuniu com os diretores e a direção admitiu a dificuldade em pagar os atletas. Segundo o diretor de futebol Eduardo Henriques, o atraso acontece por um bloqueio judicial nas receitas do clube, causado por uma ação cível de 1995.
O vice-presidente jurídico Bernardo Wanderley explicou que a ação foi movida por uma empresa de marketing esportivo que prestou serviço ao clube há mais de 20 anos e corre no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Wanderley acrescentou que o Náutico contratou um advogado no estado e entra com ação para tentar reduzir o valor bloqueado. O clube concorda em pagar o montante devido, mas que existem valores prioritários, como o pagamento da folha salarial.
“A empresa encontrou um meio bloqueando a verba da Globo“, disse o vice-presidente. Ele esclarece que o dinheiro chega à CBF, mas com a decisão da justiça, a entidade retém a verba. “São as duas primeiras parcelas da verba de 2017 que já estavam liberadas. A CBF parcela o pagamento durante o ano”, acrescentou. Wanderley não tem um prazo para o desbloqueio. O advogado contratado pelo clube no Rio de Janeiro recolhe os detalhes do processo para repassar aos alvirrubros.