Volta aos Aflitos

Muricy e Kuki: um reencontro para lá de especial

Dupla fez parceria vitoriosa nos títulos do Pernambucano de 2001 e 2002

Marcos Leandro
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Marcos Leandro
Publicado em 16/12/2018 às 9:25
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Dupla fez parceria vitoriosa nos títulos do Pernambucano de 2001 e 2002 - FOTO: JC Imagem
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O ano era 2001. O Náutico vivia uma situação difícil politicamente – não era campeão desde 1989 –, e sofria a ameaça de ter sua maior glória, o hexacampeonato estadual (1963 a 1968) ser igualada pelo rival Sport, na época penta e que vinha de grande campanha na Copa João Havelange de 2000 – foi eliminado nas quartas de final pelo Grêmio de Ronaldinho Gaúcho. Na corrida para a formação do time, o presidente André Campos e sua diretoria acertaram a contratação de um atacante que fora artilheiro da Segunda Divisão do Campeonato Catarinense pelo Inter de Lajes com 32 gols. Só havia um problema: a informação é que se tratava de um atleta em início de carreira e alto.

Quando Kuki se apresentou nos Aflitos, o susto. Além de já ter 29 anos, o então atacante tinha uma baixa estatura. Para sorte do Náutico, mesmo com a controvérsia, Kuki teve a chance de mostrar seu futebol. E como deu certo! Simplesmente 184 gols, tornando-se o terceiro maior artilheiro do clube. Uma história de sucesso que hoje será rememorada em um jogo especial na preliminar do amistoso entre Náutico e Newell’s Old Boys. Jogadores com história no clube, como Felipe, Acosta, Adriano e Thiago Tubarão estarão em campo ao lado de Kuki a partir das 15h30, para delírio da torcida.

O ENCONTRO

Com (muitos) gols, Kuki espantou logo de cara qualquer tipo de cisma. Campanha consistente no Estadual e na Copa do Nordeste em 2001. Mas faltava algo. Após a derrota, nos Aflitos, para o Sport, e para o Ferroviário de Serra Talhada no Pernambucano, o técnico Júlio César Espinosa foi demitido. Para o seu lugar foi contratado Muricy Ramalho, que estava na Portuguesa Santista, mas tinha tido sucesso como assistente de Telê Santana no São Paulo. Kuki, Muricy & cia levaram o Náutico ao título do Estadual de 2001 após duas vitórias sobre o Santa Cruz – 2x1 nos Aflitos e 2x0 no Arruda.

“Sempre foi coração grande, cara muito bom, alavancou sua carreira no Náutico, com dois títulos seguidos (2001 e 2002). Depois se tornou um dos maiores treinadores que o Brasil conheceu. Saiu daqui de dentro do Náutico e ele reconhece isso”, afirmou Kuki.
Um dos causos mais peculiares da dupla ocorreu em um jogo contra o Santa Cruz, em 2001. Irritado porque o companheiro de ataque Thiago Tubarão não lhe passava a bola, Kuki pediu para Muricy Ramalho tirá-lo da partida. O treinador não atendeu o “pedido” e depois minimizou o caso.

Curioso é que ambos seguiram caminhos distintos após 2001. Muricy teve uma passagem pelo Santa Cruz e Kuki foi jogar na Coreia do Sul. Mas voltaram a se encontrar em 2002 e conquistaram o bicampeonato estadual pelo Náutico. “Tive com Kuki faz dois anos, quando ainda estava em atividade, treinando o Flamengo. Foi no Centro de Treinamento do Náutico. Muito bom rever esses ídolos. Kuki é um ídolo do Náutico, vai ser homenageado. Também faço parte dessa história. Vou com a maior boa vontade possível para quem sabe dar um empurrão no Náutico para voltar para a Primeira Divisão”, disse Muricy.

Sobre o jogo com os antigos companheiros, Kuki não esconde a felicidade. “Toda homenagem em vida é louvável. Fico bastante feliz. Vai ser o dia do torcedor alvirrubro comparecer aos Aflito. É o regaste da identidade, dos meus companheiros. Tem gente que não vejo há 17 anos. Pessoas que tanto me ajudaram a ser o que sou hoje”, enfatizou Kuki.

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