Revelado nas categorias de base do Náutico, o goleiro Jefferson, de 26 anos, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio e à Rádio Jornal. Titular da meta alvirrubra e com contrato até o final do próximo ano, o jogador retornou ao clube depois de dois empréstimos e comentou sobre alguns momentos de sua carreira profissional.
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TRAJETÓRIA
Foi um período bom. O Atlético-GO já tinha me procurado quando ainda estava na Série A e no ano passado entraram novamente em contato e eu e meu empresário vimos com bons olhos a saída. Cheguei lá tive uma nova lesão, mas quando me recuperei comecei a jogar e por pouco nós não conseguimos o acesso. Depois na esperança de voltar ao Náutico, não deu certo e acabei acertando com o Joinville. Infelizmente como equipe não vingou, mas pessoalmente foi muito bom, me tornei capitão da equipe, foi uma experiência boa. Voltei ao Náutico com a vontade de ajudar. Hoje me vejo um cara mais maduro, centrado.
AMADURECIMENTO
Eu tive bons professores, trabalhei com o Rodolpho, Ricardo Berna, Júlio César, dentre outros goleiros, caras que exerciam liderança. Então observava muito, temos que saber usar as palavras no momento correto, saber se comunicar perante a diretoria, perante os companheiros, para não criar um atrito, porque o líder tem que procurar um meio de fazer com que as duas partes se entendam. Fui capitão no Joinville, lá estava com problema de salários atrasados e fui um dos jogadores que sempre estava em contato com a diretoria. Constumo dizer que, por estar atrás vendo o jogo, goleiro tem que ter essa liderança.
BRUNO
Ele é um amigo. Um cara que eu cheguei até a dividir quarto quando eu morava numa pousada paga pelo clube na base ainda, sempre conversamos muito. Na época quando eu machuquei eu estava bem, mas foi um mal que veio para o bem. Fui contratado pelo Atlético-GO e de lá fiquei na torcida por ele, sempre mandando mensagens de apoio nos momentos difíceis e aconteceu o mesmo com ele. Foi muito parecido porque ele machucou e mesmo assim recebeu uma proposta, então tudo quando está escrito não tem como mudar. Vai ser um período de adaptação para ele, uma grande chance e sempre procuro apoiá-lo.
BASE DO NÁUTICO
Eu enxergo com bons olhos. Acho que o último jogador que havia sido destaque antes do Erick foi o Douglas Santos, subimos juntos em 2011. As vezes o torcedor quer que o jogador seja vendido por R$ 30 milhões, mas se o Náutico hoje está podendo dar condições para a gente trabalhar, pagar salários em dia, é graças a essas vendas. E vemos que sai um jogador, acaba surgindo outro. Saiu o Erick, veio Robinho, agora temos o Thiago. O Náutico tinha um passado de dívidas na justiça, hoje está praticamente zerado por causa, justamente, dessas vendas. Possivelmente o Náutico está de novo na Série B, com estrutura para poder subir para a Série A.
MAGRÃO E INSPIRAÇÕES
Esse apilido eu adquirir no Porto. Teve uma decisão de pênaltis e depois um jogo contra o Santa Cruz e eu tive a oportunidade de defender duas cobranças. Fui apelidado e inclusive fui inscrito na federação assim e acabou ficando. O Magrão é um cara que eu tenho admiração muito grande pelo trabalho delem por ter acompanhado toda a trajetória desde quando chegou ao Sport, foi um cara que inspirou muitos goleiros. Mas também tem o Marcos, o Rogério Ceni, caras que passaram muito tempo em um clube e eu tenho como inspiração.
PERNAMBUCANO DE 2018
Eu estava no Atlético-GO, quando um repórter daqui de Pernambuco me ligou perguntando se eu me sentia campeão e eu respondi que sim, porque eu fiz parte do grupo. Não só eu, mas o Náutico também fez esforço para eu ficar até o final para participar da festa, porque estávamos muito convictos do título, infelizmente não deu para eu ficar. Assisti ao jogo pela internet, me emocionei muito, torci, vibrei, a arena estava cheia.
ACESSO E RECADO AO TORCEDOR
Nós temos um plantel bom, precisamos reverter e mostrar dentro de campo que temos totais condições de subir. Temos mais sete decisões, precisamos nos concentrar. Para o torcedor a gente pede o apoio, sabemos que é difícil, um clube da grandeza do Náutico não poderia estar na Série C. Mesmo com a desconfiança, queria pedir o apoio do torcedor, que é importante. Independente da quantidade, o apoio que vem das arquibancadas dá um gás a mais e uma energia para buscar os resultados. Que eles possam acreditar juntos com a gente que vamos encontrar o equilíbrio para buscar o acesso e acabar esse sofrimento.