Na bola e no grito da torcida. A primeira temporada da volta aos Aflitos foi em grande estilo e vai ficar guardada na memória de todo torcedor alvirrubro. Depois de mais de cinco anos sem receber os alvirrubros, o Náutico encerrou no último domingo, com a grande vitória sobre o Sampaio Corrêa, a atuação no estádio em 2019. A uma partida do inédito título nacional, o caldeirão alvirrubro teve participação decisiva na campanha da equipe durante a Série C.
Na reta decisiva da Série C, a torcida alvirrubra fez os Aflitos pulsar forte. Nas últimas sete partidas como mandante na competição, o Náutico levou quase 85 mil torcedores para o estádio, com uma média de público de 12 mil pessoas. O recorde de público no ano aconteceu no jogo do acesso à Série B, contra o Paysandu, quando 16.662 pessoas estiveram presentes. Na final contra o Sampaio Corrêa, 16.148 empurraram e ajudaram o time a conseguir uma importante vantagem na briga pelo título.
O apoio da torcida nas arquibancadas teve influência direta dentro de campo. Durante a temporada, o Náutico jogou 25 vezes nos Aflitos e tem números positivos, com quase 75% de aproveitamento. Foram 17 vitórias, cinco empates e apenas três derrotas, somando as partidas do Campeonato Pernambucano, Copa do Nordeste e Série C. Analisando apenas a competição nacional, o desempenho do Timbu como mandante é ainda melhor, especialmente sob o comando do técnico Gilmar Dal Pozzo.
Com o treinador, o Náutico não perdeu nenhuma partida dentro dos Aflitos. Em dez jogos disputados, foram sete vitórias e três empates. Dos 30 pontos disputados, 24 foram conquistados, representando 80% de aproveitamento. Os números evidenciam a importância e simbologia do estádio para o clube. Se por um lado o torcedor voltou a ter o sentimento de identidade com a volta para casa, por outro, o time ganhou a força de um caldeirão a seu favor. Foi assim no jogo dramático contra o Paysandu, que garantiu o acesso à Série B, e também nos confrontos contra o Juventude e Sampaio Corrêa.
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Com a volta dos Aflitos, toda a rotina do torcedor alvirrubro voltou à tona. Em jogos decisivos, a Avenida Conselheiro Rosa e Silva era tomada de torcedores, que empurraram, literalmente, o ônibus com os jogadores. A reunião e bonita festa pré-jogo na sede do clube também é tradição. Por fim, a pressão nas arquibancada, intimidando e pressionando os adversários, era um dos pontos que fazia a torcida preterir a Arena de Pernambuco.
Com tanta mística envolvida, os Aflitos também foi palco do polêmicas na reta final da Série C. Começando no clássico contra o Santa Cruz, pela última rodada da primeira fase, depois da declaração do técnico Milton Mendes associando o estádio ao jogo à Batalha dos Aflitos. No acesso à Série B, depois da vitória sobre o Paysandu nos pênaltis, a grande invasão da torcida ao gramado foi motivo até para o Sampaio Corrêa pedir a interdição do local. Entre um misto de paixão e euforia, o Náutico voltou, definitivamente, para casa.