O futebol é um dos esportes mais apaixonantes do planeta. Todo o fator emocional que ele carrega consigo faz com que o torcedor se disponha a fazer coisas impensáveis pelo clube que ama. Foi esse o sentimento despertado no alvirrubro Gustavo Tiburtino. Aos 33 anos, o autônomo morador do Alto Santa Isabel, Zona Norte do Recife, viajou de bicicleta por cerca de 1.500 quilômetros, saindo do Recife até São Luís para ver o Náutico ser campeão da Série C.
Ele saiu um pouco antes da semifinal contra o Juventude, disputada nos Aflitos. Visitou os filhos em Camocim de São Félix, a 120 quilômetros do Recife, e depois seguiu para o Sertão sem rumo certo ainda. Quando soube que o Náutico enfrentaria o Sampaio Corrêa, e já estava com sua bike na estrada, não teve outra ideia diferente: decidiu ir até a capital maranhense. Realizando também um sonho de conhecer o Sertão pernambucano, percorreu o semi-árido nordestino, passando por cidades como Arcoverde, Serra Talhada e Araripina antes de chegar no Piauí. Lá, ele encarou um grande desafio pelas condições naturais: calor intenso e pouca umidade. Mas durante todo caminho, Gustavo contou com a bondade de diversas pessoas que o ajudaram de diferentes formas.
Seja com refeições, peças novas para consertar a bicicleta, lugar para dormir e até carona enquanto seu transporte não estava em boas condições, ele foi ajudado. Também contou com o auxílio da direção alvirrubra, que o colaborou também com um valor para que ele comprasse itens necessários no trajeto.
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“Foi tudo maravilhoso no percurso. Me deparei com muita bondade, muita gente boa. Recebi muitos incentivos no caminho e nas redes sociais. Eu saí em um domingo e avisei a um amigo. Ele divulgou minha história e quando eu soube, já estava todo mundo falando. Muita gente me seguindo no Instagram e mandando boa sorte”, comentou o torcedor alvirrubro.
Porém, Gustavo também encarou uma face ruim neste percurso. Mensagens negativas, que visavam desestimulá-lo da viagem, também foram enviadas. Com seu bom humor, deixou de lado e seguiu pelo Piauí, onde recebeu uma carona de torcedores do Sampaio Corrêa que voltavam do Recife, após a primeira partida da final da Terceira Divisão. De lá, ficou em Teresina e manteve o ritmo até São Luís.
CHEGADA NO MARANHÃO
Ao chegar na capital maranhense, se alojou nas dependências de uma associação de ciclistas, tal como ele. Dali em diante, um outro sonho foi realizado. Conheceu os jogadores no hotel onde o clube esteve hospedado. “Eu tive um dia de rei com o Náutico, porque é coisa rara um torcedor acompanhar treinos em dia de decisão, receber presentes dos jogadores. Tive um momento de descontração com eles. Para quem saiu na aventura, o Náutico fez muita coisa por mim”, contou.
“Almocei com os jogadores, tirei foto com o Jimenez, que era meu ídolo. Conversei com ele, mesmo sem entender muita coisa. Mas ele repetia da forma mais clara para que eu pudesse entender, e até disse que o Ortigoza queria me conhecer. O Jefferson, muito gente boa também. Fiquei muito feliz”, completou Gustavo Tiburtino.
No retorno para casa, o alvirrubro planejava voltar de bicicleta, mas foi convidado a ir no ônibus com outros torcedores do Timbu que estiveram no Maranhão. Aceitou a carona e foi ao encontro dos seus três filhos, que também receberam presentes. Esse amor pelo Náutico foi passado por seu pai, já falecido, para ele.
“90% da minha família torce pelo Sport, eu recebia presentes assim, mas eu sempre absorvi o amor pelo meu pai, que era Náutico. Infelizmente o perdi muito cedo, mas fiquei com esse legado que estou passando para meus filhos. E por isso, essa final da Série C eu não perderia por nada”, finalizou Gustavo.