A atleta russa Yulia Stepanova, inicialmente vetada dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro depois de alertar para o grande escândalo de doping em seu país, poderá participar no evento sob a bandeira neutra, anunciou nesta sexta-feira (1º) a IAAF.
Leia Também
- Justiça espanhola ordena entrega de mostras de sangue em caso de doping
- Etiene Medeiros é flagrada no antidoping e pode perder a Olimpíada do Rio
- Rússia afirma que cumpriu todos os critérios da Agência Mundial Antidoping
- A 42 dias da Olimpíada, laboratório antidoping do Rio é suspenso
- Etiene Medeiros mantém silêncio após ser inocentada do doping e confirmar vaga nas Olimpíadas do Rio
A russa de 29 anos, que disputa os 800 metros, "a partir de agora é elegível para participar em competições internacionais como atleta independente neutra", afirmou a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) em um comunicado.
De acordo com a IAAF, a decisão foi tomada de forma unânime.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) deve aprovar formalmente a participação de Stepanova nos Jogos Rio-2016.
A decisão da IAAF permitirá também que Stepanova dispute o Campeonato Europeu de Atletismo, que acontecerá em Amsterdã entre 6 e 10 de julho.
A IAAF indicou que recebeu mais de 80 pedidos de atletas russos que esperam obter uma aprovação excepcional para competir individualmente no Rio de Janeiro, apesar da suspensão do país das competições oficiais após a revelação de um vasto escândalo de doping, permitido e inclusive incentivado pelo Estado.
Em junho, a IAAF decidiu manter a proibição de participação nos Jogos Olímpicos Rio-2016 dos atletas russos com resultados positivos para o doping, mas deixou a porta aberta aos esportistas considerados "limpos".
O passado de Stepanova também tem pontos obscuros. Em 2013, ela foi proibida pela IAAF de competir durante dois anos após a detecção de irregularidades em seu passaporte biológico.
Um ano depois, ela e o marido Vitaly Stepanov, que havia trabalhado para Agência Antidoping Russa (RUSADA), apareceram em um documentário de um canal de televisão alemão no qual denunciavam uma situação generalizada de casos de doping na Rússia, o estopim para o escândalo que resultou na suspensão do país das competições da IAAF.