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Quarenta anos separam a atleta mais nova do mais velho no Parapan de Lima

Delegação brasileira já está em Lima, no Peru, para a disputa dos Jogos Parapan-Americanos, que começam na próxima sexta-feira. Seleção conta com 337 represetantes

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Publicado em 21/08/2019 às 9:45
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Delegação brasileira já está em Lima, no Peru, para a disputa dos Jogos Parapan-Americanos, que começam na próxima sexta-feira. Seleção conta com 337 represetantes - FOTO: Divulgação/CPB
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Quarenta anos separam a atleta mais nova do mais velho na delegação brasileira que disputará os Jogos Parapan-Americanos de Lima a partir desta sexta-feira. Maria Clara Augusto da Silva, de 15 anos, estreia na competição logo em três provas de atletismo da classe T47 (deficiência nos membro superiores). Ecildo Lopes de Oliveira, de 55, chega para seu oitavo Parapan no tênis de mesa classe 4 (cadeira de rodas).

Os dois são o começo e o fim da fila do maior grupo de brasileiros que viajou para uma edição de Parapan, com 337 atletas no total. Maria Clara nasceu com má formação no braço esquerdo e começou no atletismo aos 11 anos. "Nunca passou pela minha cabeça que disputaria o Parapan quatro anos depois", disse em entrevista ao Estado. "É uma experiência nova para mim, estou bastante feliz", prosseguiu.

O início para valer nas competições foi em 2016, quando conheceu o treinador Felipe Veloso. Ele a convidou para participar das Paralimpíadas Escolares. Nesses três últimos anos, foi uma das grandes destaques da competição e conquistou nove medalhas de ouro. O bom desempenho e a evolução de suas marcas lhe garantiram vaga no Parapan de Lima em três modalidades: 100 metros, 200 metros e salto em distância.

Maria Clara embarcou sem nenhum familiar. Para matar um pouco a saudade de casa, trouxe com ela mensagens dos parentes. É a força extra para tentar se tornar a brasileira mais nova da história no Parapan a subir no pódio. "Acho bacana ser a mais nova, pois assim posso ter novos conhecimentos com pessoas que já tem mais experiências", disse.

HISTÓRIA

Elcido foi vítima de um acidente de carro em 1998 quando morava na Venezuela e encontrou no esporte a reabilitação para a vida. Sete Parapans depois, sabe que está chegando a hora de parar. A aposentadoria, ele prevê para os Jogos de Tóquio no próximo ano. Seria a sua primeira edição de uma Paralimpíada. "A sensação é de agradecimento a Deus por mais esta oportunidade. O esporte, quando é feito com carinho e dedicação, nos leva a atingir mais de 20 anos no alto rendimento", afirmou.

No esporte ele teve como principal ídolo Ayrton Senna. Em casa, vive para a esposa Joseana, com quem está casado há 38 anos, e para as duas filhas Eciana e Raquel "lindíssimas, a cara do pai e da mãe", segundo ele. Sobre a caçula da turma, comentou. "A Maria Clara, também do meu Rio Grande do Norte, parabenizo por conseguir estar tão jovem em uma seleção brasileira principal. Que continue com a dedicação e esforço já mostrado que, com certeza, os frutos serão colhidos com muitas medalhas", disse.

Elcido começa a competir nesta quinta-feira, véspera da abertura oficial. O tênis de mesa é a primeira modalidade a ser disputada Maria Clara e o restante das provas de atletismo começam no sábado. A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é trazer mais de 100 medalhas de ouro, número semelhante ao do Parapan de Toronto, no Canadá, em 2015, quando o País faturou 109 primeiros lugares.

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