OLÍMPIADAS

Vila Olímpica, um oásis de descontração em meio à tensão da disputa

Trinta e um edifícios de 17 andares integram o enorme complexo próximo à lagoa de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro

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Publicado em 05/08/2016 às 10:44
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A Vila Olímpica do Rio é uma cidade de moradores saudáveis, belos e felizes - afinal, até o momento, nenhum deles foi eliminado de qualquer competição -, onde passeiam pelas ruas astros como as irmãs Williams e Novak Djokovic, além de celebridades "intrusas" como François Hollande e Matteo Renzi.

Trinta e um edifícios de 17 andares integram o enorme complexo próximo à lagoa de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, que abriga a maior parte dos 11.000 atletas dos Jogos Olímpicos que começam nesta sexta-feira.

A Vila tem um salão de beleza, uma agência dos correiros, ciclovias, ruas para a passagem de ônibus, um supermercado, um parque, fontes, uma pequena praia, uma lavanderia e um McDonald's, uma tentação para os atletas, que não pagam por seus lanches, e é o único estabelecimento que provoca longas filas.

"Aproveitam que é de graça e se fartam de comida. Pedem tanto que depois desperdiçam. É uma pena", afirmou à AFP Marina Pérez, uma atiradora equatoriana.

"Acredito que frequentam muito porque as competições ainda não começaram, talvez estejam aproveitando o momento", disse o venezuelano Jesús Liranzo, atleta dos saltos ornamentais.

Sorrisos e flertes

Homens e mulheres de físico invejável trocam olhares, palavras e sorrisos. As lendas olímpicas mencionam noites intermináveis, mas Marina Pérez diz que até o momento o local está tranquilo.

Liranzo afirma que "há muitas mulheres lindas de todos os países".

"Atleta. Garotas me liguem", afirma uma mensagem que inclui um número de telefone.

Outras frases similares são observadas no muro "deixem sua mensagem para o Brasil", que virou um espaço para sugestões de encontros, lemas políticos e algumas ofensas.

O astro francês do judô Teddy Riner, invicto há seis anos na categoria acima de 100 kg, que busca no Rio sua segunda medalha de ouro, aparece de repente diante das irmãs Williams, as tenistas americanas, e pede uma foto com elas.

Venus Williams pergunta então em que esporte ele compete. Riner responde: "Eu no judô. E você?", com uma piscada de olho.

A nadadora Jamila Lunkuse troca com Serena Williams um pin de Uganda por um dos Estados Unidos.

"Eu pensei que ela nem iria parar", disse Lunkuse, empolgada depois de encontrar uma grande estrela do esporte mundial.

"É outro mundo"

O grande velocista jamaicano Usain Bolt chegou na quarta-feira à Vila, mas não foi visto em seus primeiros momentos no local. Os tenistas Rafael Nadal e Novak Djokovic já estavam no complexo há alguns dias, enquanto o astro do basquete argentino Manu Ginóbili caminhava na tarde de quinta-feira ao lado dos colegas de equipe.

O presidente francês François Hollande, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e a vice-primeira-ministra chinesa Liu Yan Dong visitaram os atletas de seus países.

Os desportistas parecem satisfeitos com o alojamento. Os problemas denunciados na semana passada pela delegação australiana ficaram para trás - fios soltos, banheiros bloqueados, goteiras.

"É outro mundo, muito grande, muito bonito, há muita variedade de comida. A única coisa que falta é conhecer o centro de entretenimento", explica o venezuelano Liranzo.

A Vila Olímpica tem quadras de tênis, de futebol de salão e aparelhos de ginástica distribuídos pelo parque que ocupa a área central, caso alguém deseje praticar mais esportes depois de treinar por 10 horas. E, embora não pareça provável, estavam ocupados.

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