Santa Cruz: "Foi importante pro meu futuro", diz Adriano Teixeira

Voltando a função de auxiliar-técnico, Adriano fez análise de 2016 na Cobra Coral
Diego Toscano
Publicado em 14/12/2016 às 7:49
Voltando a função de auxiliar-técnico, Adriano fez análise de 2016 na Cobra Coral Foto: Diego Nigro/JC Imagem


Responsável por encerrar a melancólica campanha do Santa Cruz na Série A, Adriano Teixeira sai fortalecido de 2016. De auxiliar a técnico da equipe na maior goleada do clube no Brasileirão (5x1 contra o Grêmio), o ex-jogador recebeu a TV Jornal e o JC na sua casa, em Boa Viagem. Lá, fez um balanço da sua passagem, do futuro como treinador, falou sobre as dificuldades do clube para 2017, comparou a atual temporada com 2006, quando foi zagueiro do clube, e relembrou a sua passagem pela Seleção Brasileira.

INTERINO

Sabia que o momento era difícil, mas sou funcionário do clube e estou aqui para ajudar, tentar fazer o meu melhor. Peguei a equipe num momento de muita dificuldade e praticamente rebaixado (na Série A). Esse último jogo (goleada sofrida contra o São Paulo) foi complicado por tudo que tinha acontecido antes: o desastre da Chapecoense, o término de contrato de muitos jogadores, alguns deles até já com passagem comprada para depois do dia 4. Isso dificultou bastante. Porém, pro meu futuro, foi muito importante. Dentro do que pudemos fazer, o balanço foi positivo. Em seis jogos foram duas vitórias, dois empates e duas derrotas. 

CARREIRA

Pretendo um dia ser técnico, mas quero me especializar e estudar um pouco mais. Só depois disso é que vou esperar por uma oportunidade como treinador. Tive uma conversa com a diretoria e disse que o momento era de continuar na minha função (de auxiliar). Recebi a notícia (que não iria ficar como treinador) sem problema nenhum.

2017

Temos que ter uma reformulação muito grande para 2017. Arrumar a casa praticamente do zero porque muitos jogadores estão saindo. Temos competições importantes pela frente e somos os atuais campeões do Nordeste. Hora de dar um respaldo dentro de campo para a nossa torcida. Temos jogo no dia 21 de janeiro, contra o Paysandu (pela Taça Asa Branca), e a gente sabe a cobrança por vitórias quando o Santa entra em campo.

SEM ERROS

É um momento de cabeça fria e tranquilidade. Nas condições que a gente se encontra, sabemos que a margem de erro vai ser praticamente zero. É claro que vamos contratar jogadores que não renderão, mas a gente tem que ter muito foco e procurar errar o mínimo.

FINANCEIRO

Temos nossas deficiências financeiras. O mercado do futebol está muito complicado, e o primeiro semestre vai ser difícil, talvez até com mais erros do que acertos. No final desse ano, a gente tinha um time, mas precisava de mais. As coisas começaram a se complicar pro lado financeiro, e isso atrapalhou totalmente o nosso planejamento na Série A.

NORDESTE

O poder econômico é um ponto que nos dificulta. As equipes do Nordeste sofrem com essa disparidade econômica. É uma briga muita injusta em relação aos clubes do Sul. A maioria dos jogadores pensa até duas vezes antes de vir para cá. Temos que mudar isso. As equipes têm que se unir e trabalhar em prol da nossa região. Se tivéssemos as três equipes do Estado na Série A, seríamos muito mais fortes.

2006 x 2016

Os grupos são diferentes. Neste ano, apesar do grupo ser forte, iniciamos mal a temporada, quase ficando de fora das decisões do Pernambucano e da Copa do Nordeste. Mas quando o elenco se fechou tivemos uma crescente muito grande. Ter jogadores como Grafite, Uillian (Correia), Danny Morais, João Paulo e Keno fez a diferença. Em 2006 (quando Adriano era zagueiro do clube) a gente tinha um grupo, mas não uma família. Mesmo assim, a dor da queda é a mesma, assim como o sentimento de que poderia ter sido feito mais.

REFORÇOS

Temos vários nomes de jogadores e treinadores visando 2017, mas por enquanto não podemos adiantar nada. É seguir trabalhando para corrigir os erros. Nossa equipe tem que se estruturar e levantar a cabeça. As maiores dificuldades vem agora em 2017. Sabemos que quando você projeta a equipe numa Série A os gastos são totalmente diferentes. A Série B é mais pegada, é mais mano a mano. Agora é a hora de enxugar e procurar minimizar os erros visando a próxima temporada.

SELEÇÃO

Tive 12 convocações. Disputei o Torneio de Toulon com Leonardo e Juninho (Pernambucano, ambos ex-Sport). O sonho de qualquer jogador é vestir a camisa da Seleção. Sou muito feliz por ter tido várias oportunidades, até porque peguei uma geração totalmente vencedora, com Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu e Dunga. Era jogador do Sport quando recebi a primeira convocação, para o sub-20, em 1995. Só caiu a ficha depois que pararam o treino e a imprensa veio conversar comigo no campo. Fui convocado também para a seleção principal, com Zagallo. Pra mim, foi o auge da carreira.

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