O Santa Cruz complicou sua vida ao perder para o Internacional por 2x0 neste sábado (30), no Beira-Rio, em Porto Alegre, pela 27ª rodada da Série B. Os corais já haviam caído novamente na zona de rebaixamento com os resultados da sexta-feira (29) e, estacionados nos 29 pontos, permanecem em 18º lugar. Para complicar ainda mais, o próximo compromisso será diante do vice-líder América Mineiro, no Arruda.
OFENSIVO SÓ NO PAPEL
O técnico Marcelo Martelotte surpreendeu ao escalar apenas um volante de origem - Wellington Cézar - e acrescentar um terceiro atacante nato - Bruno Paulo. A configuração do time ficou num 4-3-3 clássico, mas nem por isso o time foi ofensivo. A marcação somente na sua metade do campo fez o Tricolor parecer que tinha três volantes. O Inter foi para cima, chegou a ter seis jogadores marcando a saída de bola pernambucana e não demorou a chegar ao gol, de tanto manter a bola perto da área.
O GOL
Aos nove minutos, Pottker entrou pelo lado direito da grande área e deu um corte em Guilherme Mattis. Para tentar se equilibrar ao dar o carrinho, o jogador abriu os braços, tocando na bola. O árbitro marcou o pênalti apesar dos protestos dos tricolores de que o toque, de fato, não fora intencional. D'Alessandro foi para a cobrança e mandou no canto esquerdo enquanto Julio Cesar escolheu o direito.
PÓS-GOL
Com a vantagem, o Inter recuou um pouco o bloco de marcação, mas em nenhum momento perdeu o controle da partida. O Santa, apesar de ofensivo no papel, quando tinha a bola posicionava pouca gente à frente da linha dela, dificultando a criação de jogadas. Para completar, Grafite não estava na mesma rotação dos companheiros. Aos 18, por exemplo, demorou a finalizar e perdeu grande chance em cruzamento da esquerda. A outra boa chance veio já no final do primeiro tempo, num chute rasteiro de André Luís para fora.
Com seu meio de campo levando vantagem, o time da casa valorizou a posse da bola, mas não foi muito contundente, preferindo os passes laterais. Ainda assim, Julio Cesar foi decisivo para os pernambucanos em duas oportunidades. Primeiro impediu que Damião recebesse a bola frente a frente, se antecipando ao passe de Ederson. Aos 43, Pottker avançou entre os zagueiros do Santa e só não fez o gol porque o camisa 1 saiu bem e desviou com o pé.
SEGUNDO TEMPO
Os colorados voltaram para a etapa final mais voltados para o contra-ataque. Com muita gente atrás da linha da bola, o time de vermelho manteve apenas Damião à frente. Pottker, Sasha e D'Alessandro ficaram como opções de saída. Com espaço, o Santa chegou mais perto da área gaúcha, passou menos sufoco, mas manteve a dificuldade de criar situações de chute no gol. A bola era cruzada mas não havia quem concluísse. Ou o contra-ataque era bem construído até chegar na área de finalização.
Mas com a bola no pé prevaleceu a qualidade. O Inter conseguia fazer a transição e deixar seus atacantes ou meio-campistas em condição de chutar para o gol. Foi assim que Pottker, com os pés e a cabeça, levou perigo, Camilo mandou na trave e na sequência dessa jogada, D'Alessandro deu um corte em Salles antes de mandar no canto e fazer 2x0. Os corais, quando fizeram tudo certo, esbarraram em Danilo Fernandes. Ricardo Bueno tentou duas vezes e André Luís uma. O goleiro espalmou todas.
JULIO CESAR
O goleiro foi, disparado, o melhor tricolor em campo. Em pelo menos três oportunidades evitou que a derrota do Santa fosse mais elástica. No primeiro tempo, salvou um gol certo de Pottker. Na etapa final, o camisa 1 salvou mais duas tentativas de Pottker e uma cabeçada que tinha endereço certo de Rodrigo Dourado. Pelo lado colorado, D'Alessandro não precisou fazer muito esforço para articular o Inter, já que foi mal marcado. Além dele, Camilo entrou no segundo tempo para puxar os contra-ataques e deu muito trabalho ao lado direito coral.
Internacional
Danilo Fernandes; Alemão, Danilo Silva, Victor Cuesta e Carlinhos (Iago); Rodrigo Dourado, Edenílson, D’Alessandro (Felipe Gutiérrez), Eduardo Sasha (Camilo) e William Pottker; Leandro Damião. Técnico: Guto Ferreira.
Santa Cruz
Julio Cesar; Nininho, Guilherme Mattis, Anderson Salles e Yuri; Wellington Cézar, Thiago Primão e João Paulo; André Luís, Grafite (Natan) e Bruno Paulo (Ricardo Bueno). Técnico: Marcelo Martelotte.
Local: Beira-Rio (Porto Alegre). Árbitro: Alisson Furtado (TO). Assistentes: Fabio Pereira e Cipriano Sousa (ambos do TO). Gols: D'Alessandro, aos nove do primeiro tempo e aos 25 do segundo. Cartões amarelos: Alemão, Rodrigo Dourado, William Pottker e Guilherme Mattis.