Depois de um tempo em silêncio, o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, se posicionou em relação a reforma do estatuto coral. Se mostrando favorável para que mudanças ocorram, o mandatário ponderou por equilíbrio e, principalmente, um maior diálogo entre as partes. O movimento de vários torcedores, que participaram ao lado da comissão de reforma na elaboração do projeto, quanto da ala interna que bate de frente com alterações mais “drásticas” no regimento do Tricolor. De toda forma, Tininho, como é conhecido o presidente, destacou que o clima acirrado pode dificultar a administração do Mais Querido.
“Em todo clube o presidente do executivo tem essa autonomia ou deveria ter. Eu sabia como pegaria essa presidência, como era essa formatação no Santa Cruz. Claro que apoio reformar que venham para ajudar o Santa Cruz, temos que ter essa eleição direta para presidente, essa democratização dos sócios. Também acho que a comissão do estatuto buscou esse equilíbrio e sempre prezei que se tenha diálogo. Não que faltou, mas hoje o clube vive uma dicotomia de quem já passou aqui e quem está entrando. Pessoas mais jovens e pessoas mais velhas. E como quem está gerindo, a gente precisando de resultado, tudo em cima disso. Então você imagina, como que você vai arrumar a casa com as pessoas brigando?”, falou.
“Então hoje o que mais peço a essas lideranças, sejam de pessoas consolidadas com uma história linda no clube, ou pessoas que estão começando, que batalharam para reformular o estatuto de forma brilhante, é buscar o entendimento. Buscando o que sem tem de melhor em outros clubes do futebol brasileiro. Peço como o cara que está comandando, fazendo isso andar, peço que se tenha uma harmonia entre os poderes. Não significa deixar de fazer reforma, mas ter condições de caminhar”, acrescentou.
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PONTOS DIVERGENTES
Posicionamentos da proposta do estatuto, como a que a Comissão Patrimonial deixaria de ser um poder independente e iria assumir o patamar de diretoria subordinada ao executivo, encontram bastante resistência interna no clube. Outro ponto também discutido é a de tornar o clube mais democrático, dando poder de voto a todas as categorias de sócio, e não somente às categorias Prata Família e superiores (a partir de R$ 60) como é atualmente.
Essa poder maior à massa coral é um dos pontos apoiados pelo presidente, que a vê como um ponto a ser alterado no regimento do clube. “Temos muitas coisas a serem corrigidas, que valem ser buscadas. O Santa é um clube democrático, do povo, então vamos ter essa condição de votação popular e eleição direta. Mas existem outros pontos mais polêmicas, como os poderes. Para mim, seria muito mais cômodo estar com a caneta (para comandar). O que eu quero é que não saia ferida”, disse.
VISÃO DE FORA
Uma das preocupações de Constantino Júnior é a visão conturbada que o Santa Cruz pode adquirir no mercado da bola. A grande movimentação de bastidores, com choques entre diferentes visões de gestão do Tricolor, pode causar uma desconfiança por parte de patrocinadores em expor sua marca no Santa. Além disso, essas questões têm repercutido em outros clubes nos quais o Tininho tem um bom relacionamento.
“Cheguei no Vitória, na negociação do João Victor (zagueiro), perguntaram: ‘Está tendo uma revolução lá? O que está havendo?’. O mercado, às vezes, entende que está tendo confusão, que o clube está sendo mal gerido. não é esse recado que a gente precisa dar. Não que não tenha existido, mas é sempre importante mais diálogo, respeito, harmonia. Não quer dizer que estou contra, ou extremamente a favor. Eu quero que se tenha para que se possa fazer o Santa Cruz sem feridas. Só se sabe quem está gerindo, a dificuldade de correr o dia a dia do clube. De buscar patrocínios, de mostrar ao mercado que o clube está buscando essa profissionalização. De poder agregar valor ao jovem talento do Santa Cruz que está buscando espaço no mercado e que se pode botá-lo como uma mercadoria, de poder buscar um patrocinador e mostra que ele vale a pena ligar à marca ao clube, que é um clube de massa, de força”, pontuou.