Compacto

Dois quartos é o novo queridinho do mercado e dos compradores

Seja pelo preço ou pela praticidade, apartamentos com dois cômodos são os mais vendidos

Do caderno de Imóveis do JC
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Do caderno de Imóveis do JC
Publicado em 16/04/2015 às 13:25
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Seja pelo preço ou pela praticidade, apartamentos com dois cômodos são os mais vendidos - FOTO: Foto: Divulgação
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Três quartos e uma suíte. Esse padrão foi, durante muito tempo, o mais procurado por quem pretendia comprar um apartamento. Seja pelo encarecimento do metro quadrado em várias cidades pernambucanas ou pela reconfiguração no estilo de vida das famílias, o 1º lugar no ranking pertence agora aos compactos dois quartos. No último Índice de Velocidade de Vendas (IVV) medido pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), referente ao mês de fevereiro, dos 236 imóveis vendidos na Região Metropolitana do Recife, 50,8% tinham apenas dois dormitórios.

Para o presidente da Ademi-PE, André Callou, o aumento da procura desses imóveis reflete um comportamento mais maduro dos compradores. “A maioria dos compradores são novas famílias ou quem já tem filhos crescidos. Essa é uma compra mais consciente, de quem já pesquisou e decidiu não pagar mais caro sem saber se vai conseguir pagar”, avalia Callou. Mas ele destaca que há ainda outro perfil de compradores desses apartamentos menores, os que se encaixam no programa Minha Casa, Minha Vida.

Ainda de acordo com o IVV de fevereiro, as localidades com maiores números de venda dos dois quartos foram o Centro de São Lourenço, Inhamã, Igarassu, Boa Viagem e Pau Amarelo – nessa ordem –, o que reforça a importância do financiamento do programa federal nesse novo perfil de preferência. O índice mostra que dos 3.193 apartamentos de dois quartos vendidos no mês, 1.699 tiveram recursos vindos de financiamento do MCMV e 1.063 de recursos próprios.

Em São Lourenço da Mata, o Reserva Atlântica, da Nacional Empreendimentos, é um dos exemplos dos grandes condomínios que se multiplicam na cidade. Apenas a terceira etapa do empreendimento conta com 336 unidades, todas de apenas dois quartos e financiamento através do MCMV. 

Mãe de um menino de cinco anos e divorciada, a administradora Elisabeth Koury se encaixa no perfil de compradores que veem na praticidade, e não apenas no preço, o maior atrativo dos apartamentos de dois quartos. “Nem cheguei a pensar em um apartamento maior, não tem sentido. Estou procurando desde novembro do ano passado, mas não encontro muitos nos locais que eu quero”, lamenta Elisabeth, que tem preferência pelos bairros da Madalena e Torre.

A administradora sempre morou em um apartamento de três quartos com a mãe, que faleceu. Agora, por conta do filho, sua escolha também será determinada pelos equipamentos de lazer, o que tem se repetido entre muitas famílias. “Essa é a percepção moderna do mercado. Se você tem o metro quadrado caro, então é preciso reduzir a área privada e permitir que o prédio tenha mais espaço comum de lazer”, explica Callou.

Segundo ele, a demanda não é apenas uma tendência passageira e deve se consolidar como o perfil mais requisitado pelos compradores. Isso se deve à mudança no estilo de vida das pessoas, que passam cada vez mais tempo fora de casa e, por isso, procuram ter o mínimo de trabalhos domésticos.

Um exemplo interessante foi revelado pela pesquisa realizada durante a edição deste ano do Salão Imobiliário de Pernambuco. Entre as pessoas que procuravam apartamentos de dois quartos, 91,9% queriam um imóvel que não tivesse dependência de empregada, já que, com as restrições para que as empregadas domésticas durmam na casa dos patrões, o cômodo acabou perdendo sua função.

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