Crise Hídrica

Nível de 5 dos 6 principais mananciais de São Paulo cai nesta sexta

Com a falta de chuva nos últimos dias, o nível dos mananciais mantém ritmo de queda e agrave ainda mais a crise hídrica em São Paulo

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Publicado em 19/12/2014 às 11:23
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Com a falta de chuva nos últimos dias, o nível dos mananciais mantém ritmo de queda e agrave ainda mais a crise hídrica em São Paulo - FOTO: Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
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O nível de 5 dos 6 principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo caiu nesta sexta-feira (19) em relação ao dia anterior.

Com a falta de chuva nos últimos dias, o nível dos mananciais mantém ritmo de queda e agrave ainda mais a crise hídrica em São Paulo.

De acordo com a Sabesp, o nível dos dois principais sistemas Cantareira e Alto Tietê caiu 0,2 e 0,1 ponto percentual, respectivamente.

Sem ampliar naturalmente o seu nível de água há mais de oito meses, o Cantareira opera com 6,7% de sua capacidade. O sistema é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).

O nível do Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 10,4% de sua capacidade.

Com a adição do volume morto no dia 14 de dezembro, o sistema ganhou volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de SP).

O nível do reservatório Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, baixou 0,6 ponto percentual e opera com 27,2% de sua capacidade nesta sexta. Já o reservatório Guarapiranga, que fornece água para 4,9 milhões de pessoas, caiu 0,4 ponto percentual e opera com 35,5% de sua capacidade.

O sistema Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, caiu 0,2 ponto percentual e opera com 30,2% de sua capacidade. O único manancial que se manteve estável em relação ao dia anterior foi o Rio Grande, que atende a 1,2 milhão de pessoas, opera com 64,9% de sua capacidade.

TAXA EXTRA

Em meio à estiagem e com os principais reservatórios sob risco de colapso, Geraldo Alckmin (PSDB) cobrará sobretaxa na conta de água dos "gastões", como o governador paulista chama os que desperdiçam. A medida vale a partir de janeiro para 31 cidades da Grande São Paulo.

Se a alta no consumo for igual ou menor a 20%, em relação à média de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, o contribuinte terá 20% de acréscimo na conta. Aquele que gastar acima de 20% em relação à média pagará 50% a mais. O bônus para quem economizar foi prorrogado.

Para tentar reduzir o consumo, o governo distribuirá kits de economia de água, com válvulas para diminuir a vazão das torneiras. Haverá também a entrega de caixas-d'água de 500 litros para 10 mil casas, a fim de que não dependam mais só do abastecimento da rua.

Alckmin declarou que a sobretaxa não tem "caráter punitivo, mas educativo". "Queremos que todos colaborem."

Para a Proteste, entidade de defesa do consumidor, a medida é punitiva. Em nota, a entidade afirma que "lamenta que nessa situação de escassez de água nos reservatórios o consumidor seja duplamente penalizado. Vai pagar o custo adicional da geração de energia pelas termelétricas, e multa no consumo de água".

A OAB-SP (Organização dos Advogados do Brasil) considera que ela pode ser abusiva e avalia acionar a Justiça."Entendemos que a sobretaxa ou tarifa de contingência só poderia ser adotada se houver decreto de racionamento", afirmou o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP, Marco Antonio Araújo Junior.

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