Mais um funcionário do navio-plataforma Cidade de São Mateus teve alta hoje (20) do hospital, informou a assessoria de imprensa da BW Offshore, empresa norueguesa que opera a unidade afretada pela Petrobras por meio da PPB do Brasil Serviços Marítimos, pertencente ao Grupo BW. Informou também que dos 26 feridos, três operários permanecem hospitalizados.
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Plataforma do tipo FPSO - que produz, armazena e transfere óleo e gás -, o Cidade de São Mateus teve uma explosão no último dia 11, no litoral do Espírito Santo, quando morreram seis pessoas, três continuam desaparecidas.
Segundo a assessoria da BW, já foi concluída a instalação de tampas nas caixas de mar, que armazenam água para garantir o equilíbrio do navio. Com a explosão, ocorreram rombos nas caixas de mar e a água vazou para um compartimento conhecido como casa de bombas, que está sendo preparada para dar início à drenagem da água. O trabalho visa a garantir que a busca pelos desaparecidos ocorra de forma mais segura.
A empresa salientou que todo o processo de busca dos desaparecidos vem sendo acompanhado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros do Estado do Espírito Santo pela Polícia Federal.
Ontem (19), representantes da BW Offshore se reuniram com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES). A companhia foi multada em R$ 5.366,16 pelo fato de não estar registrada na entidade, apesar de ter registro no Crea-RJ, onde funciona a sede da empresa. Foi a multa mais alta aplicada pelo conselho.
A BW terá que enviar ao Crea-ES uma listagem do corpo técnico que estava operando no navio-plataforma no dia do acidente. Qualquer profissional de engenharia, agronomia e demais profissões fiscalizadas pelo Crea necessita ter visto do conselho onde opera, disse hoje (20) o gerente de Fiscalização do Crea-ES, engenheiro agrônomo José Adilson de Oliveira. A empresa terá de responder pela regularização dos funcionários na entidade, e a BW já se comprometeu a pagar a multa e providenciar o registro de todos os responsáveis técnicos de sua equipe no navio-plataforma, informou o gerente.
Oliveira disse que o Crea-ES começou a se preocupar com as empresas offshore (que atuam em alto mar) em 2011, e desde 2013 tenta firmar convênio com outros órgãos com “poder de polícia mais efetivo”, como o Ministério do Trabalho e Emprego. “Nós gostaríamos de ter a ajuda deles para poder chegar, por exemplo, a profissionais estrangeiros”, disse ele, e acrescentou que o conselho não tem nada contra estrangeiros atuarem no Brasil, “desde que em situação regular".