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Lama de Mariana pode ter causado morte da tartaruga gigante

O animal, que pesa 280 kg e tem aproximadamente dois metros de comprimento, foi encontrado morto numa praia

Estadão Conteúdo e JC Online
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Publicado em 04/11/2016 às 16:00
Foto: Cristian Negrão / Arquivo Pessoal
O animal, que pesa 280 kg e tem aproximadamente dois metros de comprimento, foi encontrado morto numa praia - FOTO: Foto: Cristian Negrão / Arquivo Pessoal
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Uma tartaruga gigante que pode viver por mais de 300 anos foi encontrada morta no litoral de São Paulo nessa quinta-feira (3). De acordo com biólogos que encontraram o animal, o réptil é conhecido como 'tartaruga de couro' e pode ter morrido por conta de contaminação com lama da barragem da Samarco em Mariana. O animal pesa 280 kg e tem aproximadamente dois metros de comprimento. 

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Foto:Cristian Negrão / Arquivo Pessoal

De acordo com o biólogo Cristian Negrão da Silva, o réptil não tinha ferimentos externos e estava em bom estado, o que indica morte recente. Uma equipe do Instituto de Pesquisas de Cananeia (IPEC), órgão do governo estadual que trabalha em parceria com a prefeitura, coletou amostras para exames. Também são examinadas quatro tartarugas verdes e seis baleias da espécie jubarte que encalharam em praias da ilha este ano. As tartarugas-verdes foram encontradas entre julho a outubro, já mortas. O técnico ambiental lembra que desde 2002 não encalhavam tartarugas-de-couro na ilha. "É um fato incomum e a gente fica preocupado, pois ela chegou morta."

Segundo ele, como as tartarugas marinhas comem algas, ela pode ter ingerido algum resíduo sólido, como plástico. "Pode até ser alguma doença, mas, como a área de desova é no litoral do Espírito Santo, bem onde os dejetos da barragem de Mariana caíram no mar, essa pode ser uma causa. Elas estão retornando da desova, estão debilitadas, pode ser em decorrência da lama." Segundo ele, as análises vão indicar se há alta concentração de ferro ou mercúrio nos órgãos. "É incomum uma tartaruga-de-couro chegar morta aqui. A gente não via há muito tempo e acontece depois que houve o despejo da lama na área de desova", afirmou.

Contaminação

Segundo informações do projeto Tamar, em entrevista ao Portal G1, a tartaruga de couro está "criticamente ameaçada" de extinção no Brasil. Ela vive usualmente na zona oceânica durante a maior parte da vida e única área regular de desova conhecida fica no litoral norte do Espírito Santo, local que teve parte do litoral contaminado pela lama da barragem da Samarco. O rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), aconteceu no final de 2015. A lama caiu no Rio Doce e foi levada ao oceano Procurada, a Samarco informou, através da assessoria de imprensa, que não se manifestaria sobre o assunto.

 


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