Representantes de povos indígenas brasileiros denunciaram o governo nas Nações Unidas e pedem "medidas urgentes" da entidade internacional para frear as mortes e violações de direitos humanos. Nesta quarta-feira, 20, grupos acusaram as autoridades nacionais de "atrocidades" em um debate realizado no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Queremos que este conselho tome medidas urgentes sobre a grave crise humanitária que meu povo passa", disse Voninho Benites, representando o Conselho da Grande Assembleia Aty Guasu Guarani e Kaiowá.
Em sua denúncia, ele apontou ainda para 750 suicídios de integrantes do povo guarani e kaiowá e 470 assassinatos.
"Não aceitaremos esta realidade e vamos continuar a resistir e a demarcar nossas terras com o nosso próprio sangue", afirmou Benites.
"Somos o segundo maior povo indígena do Brasil, sobrevivendo em pior situação de terras demarcadas", afirmou. "As reservas criadas pelo governo há quase cem anos se tornaram o confinamento do nosso povo, nos condenando à fome e à dependência extrema da vontade do Estado, ao passo que nosso povo vive de cestas básicas alimentares, porque não temos terras para plantar", disse.
O governo brasileiro respondeu às críticas dizendo que existem no País 462 terras indígenas, envolvendo 13% do território nacional. "O governo não suspendeu nem minou o processo de demarcação", disse Maria Nazareth Farani Azevedo, embaixadora do Brasil nas Nações Unidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.