Por meio de petição, o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz federal de Ponte Nova a retomada urgente do processo que trata dos crimes decorrentes e causadores do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais. A ação está paralisada desde julho, após a defesa de réus alegarem irregularidades em provas juntadas ao processo.
O Ministério Público Federal peticionou ao Juízo, no dia 11 de outubro, reiterando que, após minucioso levantamento, não foi constatada a utilização, na denúncia, de nenhum monitoramento telefônico feito sem ordem judicial.
Para o MPF, a alegação da defesa não se sustenta, porque, inicialmente, trata-se de documentos corporativos, com informações de cunho estritamente profissional.
Conforme o MPF, além de não ter havido qualquer abusividade na conduta dos investigadores, deve-se atentar ainda para o fato de ser "inconcebível a oposição de sigilo pelos dirigentes/representantes de uma empresa à própria entidade representada (a empresa)".
Os réus haviam alegado que diálogos foram interceptados sem autorização judicial.O MPF denunciou 21 pessoas por homicídio qualificado, com dolo eventual [quando se assume o risco de cometer o crime], por 19 mortes ocorridas na tragédia. Entre os denunciados estão o presidente afastado da Samarco, Ricardo Vescovi de Aragão; o diretor de Operações e Infraestrutura, Kleber Luiz de Mendonça Terra; três gerentes operacionais da empresa; 11 integrantes do Conselho de Administração da Samarco e cinco representantes das empresas Vale e BHP Billiton na Governança da Samarco.