Novo balanço da Operação Cronos, divulgado no fim da tarde desta sexta-feira (24), contabiliza 1.027 pessoas presas e 75 adolescentes apreendidos em todo o país. Dentre os presos, 14 foram por feminicídios, 225 por homicídio, 143 por crimes relacionados a Lei Maria da Penha e 421 por crimes diversos. A operação foi deflagrada nesta manhã pela Polícia Civil de diversos estados e tem apoio do Ministério da Segurança Pública. Em Pernambuco, foram expedidos seis mandados de prisão por violência contra a mulher. Dois foram antecipados para a quarta-feira (22) para proteger a vida das vítimas.
Segundo o Ministério da Segurança Pública, em todo o País, foram autuadas em flagrante 224 pessoas pelos delitos de tráfico de drogas e posse ou porte irregular de arma de fogo, entre outros crimes. Também foram apreendidas 66 armas de fogo e cerca de 150 quilos de drogas.
Nesta sexta-feira (24), foram cumpridos mandados expedidos no Recife, Afogados da Ingazeira, no Sertão, Goiana, na Região Metropolitana, e Caruaru, no Agreste do Estado. No Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, duas prisões foram antecipadas para a quarta-feira (22) para proteger a vida das vítimas.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito Max Muller da Silva, 29 anos, possui um extenso histórico criminal por homicídio, tráfico e porte de arma de fogo. Ele foi preso na última quarta-feira (22), no Cabo de Santo Agostinho, porque teria ameaçado a ex-companheira.
Leonardo Manoel da Silva também foi preso no dia 22 de agosto, no Cabo. Foi expedido contra ele um mandado de prisão, decretado pelo juiz da vara de violência doméstica e familiar por descumprimento de Medida Protetiva, informou a polícia.
Expedito Luiz de Lima, 37, foi preso nesta sexta-feira (24) em Afogados da Ingazeira descumprindo medida protetiva que determinava o afastamento em relação a ex-companheira. Segundo a polícia, ele também ameaçou a vítima de morte, o que motivou a prisão.
Kleyton José Tavares Bandeira, 23, foi preso nesta sexta (24) pela terceira vez em decorrência de episódios de lesão corporal contra a ex-companheira, de acordo com a Polícia Civil. A primeira prisão aconteceu em janeiro de 2018, cinco meses depois o suspeito foi solto e teria voltado a agredir a vítima logo em seguida. Em julho, Kleyton foi preso novamente e liberado em seguida. A terceira prisão do suspeito foi em razão ao descumprimento das medidas protetivas requerida pela vítima. O mandado foi expedido em Caruaru e cumprido no Recife.
Segundo a Polícia Civil, Christiano de Oliveira Malaquias da Silva, 29, foi preso nesta sexta-feira (24) por estupro de vulnerável, ocorrido em 2015. A vítima, filha do melhor amigo de Christiano, tinha 11 anos na data do crime.Depois do fato, o suspeito fugiu, ficando foragido durante dois anos foragido da Justiça. Christiano Malaquias foi preso na cidade de Cabedelo, na Paraíba e recolhido na cadeia pública de Goiana.
De acordo com a Polícia Civil, Saulo Nobrega de Morais, 37, agrediu a ex-companheira quando pediu ajuda para sair de um bar, onde estava bebendo e temia ser pego em uma blitz. A denúncia foi registrada no dia 17 de agosto e a vítima requereu medidas protetivas, que foi expedida pelo Judiciário. Suspeito foi preso em Santo Amaro, no Centro do Recife, por descumprir a ordem judicial de se manter distante da vítima.
Mais de 6,6 mil policiais civis em todo o país estão participando das ações que visam a combater, principalmente, crimes de feminicídio e homicídio. O resultado final da operação será divulgado neste sábado (25).
Mais cedo, o presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis, delegado Emerson Wendt, informou que mais de mil prisões deveriam ser feitas até o fim desta sexta-feira. “O que estamos fazendo hoje é um esforço concentrado no combate ao feminicídio.”
A Operação Cronos é coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis. A ação foi definida em julho, durante reunião com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
Segundo o ministro, essa megaoperação é o exemplo, na prática, do funcionamento do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) com a integração das polícias com o Ministério Público e o Poder Judiciário que, neste caso, tem o objetivo de combater a violência, especialmente o feminicídio.
As investigações também contaram com o apoio da coleta de material genético que deve chegar a um banco de dados até o fim do próximo ano com 130 mil DNAs coletados. “Quando ocorrer um estupro, um feminicídio, é possível fazer a comparação do material genético encontrado na cena do crime com os DNAs”, disse Jungmann. “Dá velocidade, precisão, e permite a elucidação de crimes.”
O nome da operação, Cronos, é uma referência à supressão do tempo de vida da vítima, reduzido pelo autor do crime.
Texto alterado às 18h54 para corrigir informação; foram presas na operação 1.027 pessoas, e não 1.029, como havia divulgado anteriormente o Ministério da Segurança Pública