Um dia depois de autorizar o uso das Forças Armadas para reforçar a segurança em Roraima, o presidente Michel Temer (MDB) afirmou que cogita limitar a entrada de venezuelanos no Estado. "Estamos aumentando a interiorização, tirando o pessoal que chega lá e levando para outros estados. Outra providência que talvez venha a ser tomada, é que entram 700,800 pessoas por dia e está criando problemas para vacinação e organização. Então pensam em colocar senhas para que entrem 100, 150 ou 200 pessoas por dia para organizar mais essas entradas", comentou o presidente em entrevista à Rádio jornal, na manhã desta quarta-feira (29). A declaração onze dias depois do confronto entre brasileiros e venezuelanos em Pacaraima (RR).
Segundo o presidente, o emprego das Forças Armadas será para garantir a lei e a ordem em Roraima. De acordo com ele, o objetivo é oferecer segurança aos brasileiros e também aos imigrantes venezuelanos, que buscam apoio no Brasil. "Fazemos em função do cidadão brasileiro, mandamos mais de R$ 200 milhões para saúde, alimentação, foram 80 toneladas de alimentos e damos todo o apoio aos venezuelanos, mas com vistas a proteger os serviços estaduais prestados aos brasileiros", disse.
A fronteira de Roraima e Venezuela é uma das áreas mais sensíveis do país e principal porta de entrada de imigrantes no território brasileiro. Temer ainda disse que é preciso trata da situação da Venezuela rápido. "É inadmissível o que está acontecendo lá e coloca em desarmonia o continente Sul-Americano. Tenho falado com presidentes do Peru, Colômbia e Equador e eles têm milhares de refugiados também. É preciso modificar o clima da Venezuela, propusemos ajuda humanitária, alimentos, remédios e o governo recusou. Com a recusa, os venezuelanos vêm para cá, claro que nossa política e de acolher aqueles que entrem no País, mas o ideal é que eles recebessem lá a ajuda humanitária e que lá pudessem permanecer", afirmou.
O governo federal esclarece que a “possibilidade de distribuição de senhas” a que o presidente da República, Michel Temer, referiu-se na entrevista à Rádio Jornal, nesta quarta-feira (29), visa a aprimorar um processo de atendimento humanitário em Roraima, o que não pode ser confundido, em hipótese alguma, com fechamento à entrada de venezuelanos no Brasil. Uma vez que o presidente determinou que se intensificasse a interiorização, impõe-se melhorar os mecanismos de controle, torná-los ainda mais eficientes no atendimento aos refugiados e, ao mesmo tempo, preservar as estruturas de atenção às famílias brasileiras.