INVESTIGAÇÃO

Operação da PF mira em desvios de verbas públicas da Cia. de Saneamento de Goiás

A ação é decorrente da análise de materiais apreendidos na Operação Decantação, deflagrada em 2016, que desarticulou célula criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões da Saneago

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Publicado em 28/03/2019 às 10:22
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A ação é decorrente da análise de materiais apreendidos na Operação Decantação, deflagrada em 2016, que desarticulou célula criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões da Saneago - FOTO: Foto: ABr
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Decantação 2 contra fraude em licitações e desvio de verbas públicas da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) por empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos do Governo do Estado de Goiás, entre os anos de 2012 e 2016.

Em nota, a PF informou que cumpre cinco mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão, expedidos pela 11ª Vara Federal de Goiás, nos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia. Também foi determinado, pela Justiça, o sequestro de 65 imóveis avaliados em cerca de R$ 35 milhões e o afastamento da função pública de dois servidores da Saneago.

A ação é decorrente da análise de materiais apreendidos na Operação Decantação, deflagrada em 2016, que desarticulou célula criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões da Saneago.

Na análise, foi constatado que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos junto à companhia de saneamento, mesmo com impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação.

Segundo as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete do então governador do Estado. Foi apurado ainda que o ex-vice-governador teria utilizado, por diversas vezes, uma aeronave de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos.

Lavagem de dinheiro

Há indícios de que as empresas também eram utilizadas para lavagem de dinheiro, uma vez que ficou comprovada transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.

Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro, sem prejuízo de demais implicações penais ao final da investigação.

O nome Decantação faz alusão a um dos processos de tratamento de água, em que ocorre a separação de elementos heterogêneos.

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